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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, maio 09, 2012

VETA DILMA!



O Código Florestal está agora em suas mãos, após 13 anos.


Veja, até este número é muito significativo. É o seu e o nosso número. E mais ainda, um projeto destes, nas mãos de uma mulher, PRESIDENTA. Não somente o povo brasileiro mas o mundo confia em suas mãos e coloca no seu coração este grande projeto tão funesto à maioria do povo brasileiro.

Temos grande confiança de que ele terá o VETO TOTAL de sua parte.

Por que Veto Total? Sim, porque o povo brasileiro precisa participar de uma decisão tão importante. Não queremos mais tanta terra destinada ao agronegócio destruindo o meio ambiente e excluindo multidões para as periferias de nossas cidades, vivendo em situações desumanas e indignas da pessoa humana. Chega de espaço para a soja e o gado, envenenando a população e poluindo nossa água com agrotóxicos. Precisamos terra para os pequenos proprietários, fortalecer a agricultura familiar, a economia solidária, as hortas e roças comunitárias. Precisamos dar dignidade aos milhares de brasileiros e brasileiras acampados em barracos de lona a beira das estradas, gritando por um pedaço de chão e condições dignas de vida e trabalho. Precisamos dar respeito e dignidade às nações indígenas em conflitos e aos afrodescendentes em conflitos de terra em tantos Estados deste país.

VETA DILMA! Ouça a palavra angustiante da sociedade civil, dos movimentos sociais e populares, das igrejas e religiões, comprometidas com o direito e a justiça. Ouça os indígenas, ouça os quilombolas, os
ciganos, a população de rua. Eles e elas saberão dizer que tipo de Brasil nós queremos.

Quero iluminar este seu momento decisivo com a Palavra de Deus. Nosso Deus, ou outro nome que lhe queiramos dar, é o Deus da VIDA, da ESPERANÇA, do AMOR, da JUSTIÇA e do DIREITO. “Ele governa teu povo com justiça e teus pobres conforme o direito. Ele liberta o indigente que clama e o pobre que não tem protetor. Ele tem compaixão do fraco e do indigente, e salva a vida dos indigentes” – Sl 72(71), 2 e 12-13. E com relação à terra diz: “a terra não poderá ser vendida para sempre, porque a terra me pertence, e vocês são para mim imigrantes e hóspedes” – Lv 25.23.

Portanto, Dilma, nossa querida Presidenta – VETO TOTAL, meio-termos não respondem aos anseios e aspirações do povo brasileiro.

Força e coragem, DILMA.

Cleofa Marlisa Flach

Cuiabá – MT – 08.05.2012.
*Ajusticeiradeesquerda

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