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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, maio 02, 2013

AFRICA - A VERGONHA DO GENOCÍDIO CONSENTIDO, AO VIVO!

Fome na Somália mata 260 mil em um ano e meio

 

Crise alimentar atingiu a metade da população entre outubro de 2010 e abril de 2012

MOGADÍSCIO - Quase 260 mil somalis morreram de fome em um ano e meio durante uma grave crise alimentar, de acordo com relatório da ONU divulgado nesta quinta-feira.  Nesse período, a fome atingiu 4 milhões de pessoas, metade da população somali.  “A fome e a grave insegurança alimentar na Somália já mataram cerca de 258 mil pessoas entre outubro de 2010 e abril de 2012... incluindo 133 mil crianças menores de cinco anos”, afirma o relatório, elaborado em conjunto pela FAO (agência da ONU responsável pela agricultura e segurança alimentar no mundo) e pelo Sistema de Alerta para a Fome - Fews-Net, financiado pelos Estados Unidos.
Crianças fazem fila para receber comida na cidade de Mogadishu, em 2011 Farah Abdi Warsameh

Os números superam o balanço de 1992, quando a fome matou 220 mil pessoas, ainda que, naquela época, a crise foi considerada mais grave por haver atingido uma maior porcentagem da população, segundo o relatório. A crise alimentar tem origem em uma grave seca que afetou toda a região conhecida como o Chifre da África.  A situação da Somália é ainda mais caótica. O país está em guerra desde 1991, quando foi derrubado o ditador Muhammad Siad Barre.  A vitória de Hassan Sheikh Mohamud nas eleições de setembro passado pôs fim à transição política que começou em 2004 com o apoio da ONU e trouxe esperanças de estabilidade.  A Somália está há 22 anos sem um governo eficaz e nas mãos de milícias islâmicas, que servem aos interesses de um determinado clã e de grupos armados.  O grupo Al-Shabab, que em fevereiro de 2012 anunciou formalmente sua adesão à rede terrorista al-Qaeda, combate desde 2006 (embora não em sua forma atual) o governo somali e as tropas aliadas, com o objetivo de instaurar um estado muçulmano na região. 



Fonte:G1 
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