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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, setembro 15, 2013

Lula: São Paulo merece dar chance de tirar tucanos do governo estadual 

 


O ex-presidente Lula, afirmou na manhã deste sábado que os paulistas merecem dar uma chance para o Estado "tirando os tucanos do governo de São Paulo". Ele fez a declaração ao lado  lado do ministro da Saúde, Alexandre Padilha durante o Encontro da Região Metropolitana, promovido pelo partido no centro da capital paulista. "São Paulo não pode ficar nas mãos de um passarinho que tem voo curto e bico grande", disse ele, se referindo ao símbolo do PSDB, que completa 20 anos de poder no Estado no próximo ano. "É o seguinte. Espero que não me multem porque não falei de eleição"
 
Em seguida, ele chamou a militância para ir às ruas. "Precisamos voltar a ter orgulho do nosso partido. Usar nossa bandeira vermelha, colocar a estrela no peito. As críticas que fazem ao PT é pelas nossas virtudes, não pelos nossos defeitos. Não se ganha nada se ficarmos cochilando", disse o ex-presidente. E completou. "Já fui multado por falar de eleições antes da hora. Saíram 15 mil do meu bolso", disse.

 Lula cobrou da militância uma participação mais ativa na vida do País, lembrando das manifestações que se iniciaram em julho nas principais capitais do Brasil. "O partido é que poderia estar puxando esses movimentos. E não é contra o Haddad, a Dilma, o Lula. É a favor deles. Em vez de achar que isso é ruim, tem de achar que é bom", disse ele. "Não importa de que partido, de que religião, mas era o povo brasileiro. 


Foi às ruas clamar por melhores condições de vida." Para Lula, o partido não pode ficar à margem da vida política do Brasil. "Se tem um partido que não tem medo de se esconder é o Partido dos Trabalhadores", disse, recebendo os aplausos das cerca de 500 militantes que compareceram ao encontro. Homenagem a Gushiken Lula lembrou ainda do ex-ministro da Secretaria de Comunicação de seu primeiro governo, Luiz Gushiken, que morreu na noite de ontem em São Paulo. "Quando soube da notícia, fiquei em dúvida se faríamos o encontro. Eu tinha ido visitar o Gushiken anteontem. A gente convive desde 1978", lembrou. 

 Sobre a visita, disse que ficou consternado ao ver o amigo em uma situação bastante difícil. "Era um cadáver em cima de uma cama a espera de um descanso. Não merecia ter sofrido o quanto sofreu. Em 2002, quando eu fui candidato, ele tinha tirado uma parte do estômago, do intestino. Ele me levou à vitória nas eleições de 2002", disse. Mesmo absolvido no escândalo do Mensalão, Gushiken foi injustiçado, de acordo com o ex-presidente. "Ele (Gushiken) foi vítima de uma mentira de uma parte da imprensa desse País. Eu sei o que ele sofreu com as infâmias que levantaram contra ele. O (jornalista) irresponsável não leva em conta a história dessas pessoas, que tem família. Ele sofreu muitos anos, de um lado com a doença e de outro com a perseguição. A imprensa que o acusou deveria ter pedido desculpas ao Gushiken. 

O jornalista canalha deveria ter pedido desculpas. Eu te acusei porque o meu chefe mandou te acusar. Porque acreditei na mentira de outra pessoa. Ele se foi enquanto matéria. Mas a coisa boa é que as ideias não morrem", completou. O ex-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) no governo Lula tinha 63 anos e morreu na noite de sexta-feira no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O corpo será enterrado às 16h deste sábado no cemitério do Redentor, no Sumaré, zona oeste de São Paulo. Ele está sendo velado no mesmo local desde o início da manhã.No Terra
*ajusticeiradeesquerda

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