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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, setembro 01, 2013

Oriente-se: O provável ataque na Síria e o que o Egito tem a ver com isso

 do Oriente-se
A perda de controle sobre a situação no Egito e a incerteza sobre os desdobramentos que ainda irão ocorrer no país provocaram a reação imediata dos Estados Unidos, que logo se uniu ao Reino Unido e França para oportunizar uma intervenção na Síria.
Alguém acredita realmente que após 2 anos de guerra civil, a Síria poderia realizar um ataque com uso de armas químicas, contra a sua própria população? VENHA ESTADOS UNIDOS, ME ATAQUE, ESTOU ESPERANDO!!!! A Síria certamente não provocaria esta situação.
Sabe aqueles filmes norte-americanos de ação, violência e morte? Onde há tramas elaboradas, armações, estratégias políticas e militares, para alcançar um alvo, atingir o inimigo, derrubar um obstáculo? É assim na real política norte-americana também. É, eles realmente são muito criativos!
A grande instabilidade na região do Oriente Médio deixou, no mínimo, grandes incertezas, além de um risco enorme. O acordo de paz entre o Egito e Israel, que até hoje envergonha o povo egípcio, pode estar ameaçado. Como sabemos, a Palestina (ocupada por Israel) faz fronteira com Egito, Síria, Líbano e Jordânia. A Jordânia está vendida, então três grandes problemas rodeiam o plano sionista.
E como prevenir é melhor do que remediar, nada melhor do que uma intervenção militar na Síria, não é mesmo?
Sabemos que os opositores do regime de Bashar recebem armas do ocidente, dos Estados Unidos. Não receberiam armas químicas? O Governo Sírio enviou nesta semana, à ONU, provas de que o atentado foi provocado pelos opositores. Mas, sabemos também que isso pouco importa.
O que os governos norte-americano e inglês realmente queriam, desde o início, era provocar na opinião pública (mundial) um pesar, um pensamento de lamentação, um desejo de reação. E, claro, quem é o salvador do mundo, dos desastres mundiais, dos ataques extraterrestres, dos tsunamis que devastam as cidades? Hollywood.
Oriente-se.
*GilsonSampaio

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