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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 10, 2013

Prefeituras do MS transportam evangélicos em ônibus escolares

Um dos ônibus que levaram evangélicos
para encontro religioso em Campo Grande
Pelo menos a prefeitura de duas cidades do Mato Grosso do Sul cederam ônibus escolares a fiéis da Assembleia de Deus para que fossem transportados a um encontro religioso em Campo Grande.
Uma é a de Batayporã, a 306 km de Campo Grande. Tem cerca de 11 mil habitantes e o seu prefeito é Alberto Luiz Sãovesso (PSDB).

Outra é da de Rio Brilhante, a 160 km da capital. Tem cerca de 32 mil habitantes e o seu prefeito é Sidney Foroni (PMDB).

Os dois prefeitos poderão ser responsabilizados pelo Ministério Público por desrespeitarem a Constituição, que impede o envolvimento de qualquer instância do governo com crenças religiosas.

Os pastores Herones Barbosa e Divino Velasques informaram ao site Midiamax News que bastou apenas o envio de um ofício aos prefeitos para conseguirem a liberação dos ônibus.

O site apurou que em alguns casos os evangélicos arcaram com o custo do combustível usado na viagem.

Os ônibus foram doados à prefeitura pelo programa Caminhos da Escola, do Governo Federal.

Eles foram financiados pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). O órgão esclarece em seu site que os ônibus são uso exclusivo de estudantes.

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2013/09/prefeituras-transportam-evangelicos-em-onibus-escolares.html#ixzz2eWDy7gvt
*Paulopes

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