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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, maio 18, 2014

Nigeriano transforma fusca em carro movido a energia solar e eólica



O estudante nigeriano Segu Oyeyiola transformou um antigo fusca em um carro movido a energia solar e eólica. Prestes a se tornar um engenheiro, o aluno da Universidade de Obagemi Awolowo dedicou boa parte do seu tempo extra-curricular a este projeto.
Conforme informado pelo próprio inventor ao site Fast Co.Exist, foi necessário o investimento de seis mil dólares para as adaptações feitas no automóvel. Além disso, o jovem ainda contou com sucatas doadas por familiares e amigos.
O fusca verde foi equipado com placas fotovoltaicas, instaladas no teto, e um sistema que conta com uma pequena turbina eólica, posicionada sob o capô. Dessa forma, o veículo consegue produzir a sua própria energia mesmo durante a noite, um fator essencial para garantir sua autonomia independente dos combustíveis fósseis.
Em entrevista ao portal norte-americano, Oyeyiola explica que a iniciativa faz parte de um projeto pessoal que visa reduzir as emissões de gás carbônico lançado na atmosfera. Esta é apenas uma das opções para um problema tão grande.
O carro criado pelo nigeriano recebeu elogios do Dr. John Preston, presidente do departamento de engenharia física da Universidade McMaster. O professor garantiu nunca ter visto um projeto deste tipo e disse que o feito é bastante notável.
Mesmo com todas essas inovações, o fusca de Oyeyiola ainda está longe de ser perfeito. A recarga da bateria leva entre quatro e cinco horas e os materiais usados ainda não são os melhores, mas o estudante garante que está trabalhando nisso e que pretende tornar este o modelo de carro do futuro da Nigéria.
*ciclovivo/deisenascimento

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