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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, maio 22, 2014

Rússia e China prestes a anunciar o fim da era do dólar americano?

 

Rússia e China prestes a anunciar o fim da era do dólar americano?. 20339.jpeg
Por todo o mundo estão acontecendo reuniões de países, com uma meta comum que tem muito a ver com você, seja você ou não cidadão dos EUA: abandonar o dólar americano. Desde o início da crise da Ucrânia, o fim do dólar americano está cada vez mais perto. Movimento após movimento, Rússia e China estreitaram relações e tornaram-se aliadas mais próximas. Exemplos abundam. Para encurtar, aí vão dois exemplos recentes que chamam a atenção. 

A Gazprom (maior empresa russa, décima maior do mundo e a maior exportadora mundial de gás natural - controlada pelo Estado, embora tenha ações no mercado [NT]) acaba de lançar títulos na moeda chinesa, o yuan. Rússia e China assinaram um acordo para a venda de gás. 40 bancos centrais começam a apostar que no futuro, a moeda de reserva será o yuan.

Até o início de 2014, as histórias sobre o colapso do dólar soavam ainda como maluquices conspiratórias, e pouco efeito tinham sobre a geopolítica. Este ano, tudo mudou. Parece que as nações-estados pelo mundo afora estão se movendo na direção de um mundo pós-dólar americano. Já não é uma questão de "se", mas de "quando". E se você não é capaz de entender o passo-a-passo do que virá, há alto risco de acabar chocado e... assombrado.

Já não cabe dúvida de que, tão logo a Rússia, juntamente com seus numerosos aliados, faça o movimento fatal, será seguida por muitas outras nações (várias delas já estão, mesmo, tentando). Por quê?

Porque os EUA são a força mais destrutiva do planeta; e seu calcanhar de Aquiles é o "privilégio exorbitante", que a maioria conhece como 'dólar americano'; e que o Federal Reserve Note[1] chama de 'só contaram p'rá mim'.

O significado será hiperinflação, caos social, guerra civil, dentre outras desarticulações. Parece-lhes que exagero? Pois, não, não há exagero algum. Para que se tenha ideia de o quanto tudo isso pode ser ruim, péssimo, pense no que já se vê acontecendo em qualquer república socialista "de bananas"; em seguida imagine que piore muito, muito! Por que pioraria 'muito-muito'? Porque essas repúblicas 'de bananas' não emitem a moeda usada como moeda planetária de reserva.

Os Estados Unidos nada produzem, a não ser o dólar americano - coisa facílima, aliás, de produzir, como se comprovou no Canadá, com o suor de um único canadense. Operação muito, muito simples: o tal canadense emitiu milhões de dólares americanos e os colocou em circulação. Mais: o Canadá preferiu não extraditá-lo; o sujeito vive lá, como homem livre.

Agora, grandes nações-estados pretendem sair juntas do sistema do dólar americano. Um mundo "desdolarizado" - como a Rússia já diz com frequência -, pode vir a afetar a vida de milhões de norte americanos.

A Ascensão da Rússia & China

De acordo com A Voz da Rússia, o Ministro russo das Finanças pretende um aumento significativo do papel do rublo russo nas operações de exportação, reduzindo dessa forma as transações fechadas em dólar, no comércio exterior da Rússia. Acredita-se na Rússia que o setor bancário do país está "pronto para lidar com um maior número de transações assinadas em rublo".

A agência Prime News relata que em abril de 2014 o governo realizou uma reunião que foi integralmente dedicada a encontrar soluções para tirar o dólar das operações russas de exportação. Especialistas de ponta de bancos, governo e setor energético elaboraram nestas reuniões uma série de propostas, perfeitamente efetivas, para responder às tais sanções aplicadas pelos Estados Unidos contra a Rússia.

A reunião de "desdolarização" foi presidida pelo vice-primeiro-ministro da Federação Russa, Igor Shuvalov: é sinal de que o movimento russo para descartar o dólar é, sim senhor, coisa séria. Depois houve outra reunião, quando se discutiram procedimentos para elevar o número de operações recebíveis em rublo, dessa vez presidida pelo vice-ministro das Finanças, Alexey Moiseev. Segundo Moiseev, nenhum dos especialistas e representantes de bancos viu qualquer problema nos planos governamentais para incrementar o comércio com pagamento em rublos. Afinal... o dólar já vem em queda livre desde a invocação do Federal Reserve e a lei relativa ao imposto sobre a renda, em 1913.

Agora, parece que até o pouco que ainda sobra já está por um fio.

A Rússia não está só.

Se não tivesse apoio, a Rússia não estaria tão audaciosa. Outras nações pelo mundo também têm interesse em aderir a um movimento de desdolarização. China e Irã, por exemplo, têm manifestado crescente interesse em levar avante esse plano. Líderes de outros países também já se manifestaram nesse sentido; em todos os casos, bateram de cara contra as conhecidas sanções-'mísseis' dos EUA.

Hoje, a especulação que corre o planeta fala da próxima visita de Putin à China, amanhã, dia 20/5: serão assinados contratos gigantes de petróleo e gás... e talvez sejam assinados com pagamentos previstos em rublos e yuans, não mais em dólares americanos.  Implica dizer que dentro de uma semana, talvez já estejamos vivendo em mundo muito, muito, muito diferente do que temos hoje [mesmo que o 'jornalismo', os 'jornais' e os 'jornalistas' absolutamente nada noticiem dessas notícias radicalmente importantes (NTs)].

Com russófobos controlando a política externa dos Estados Unidos, o ocidente está sem qualquer controle, andando a passos largos em direção ao buraco. Consequência disso é que os EUA prosseguirão, hostilizando cada vez mais a Rússia e outras nações. Com mais hostilidade, mais se fortalecerá a tendência de Rússia, China e inúmeros outros países, pelo mundo, a se separarem do dólar.

O mundo já trabalha hoje para criar uma nova infraestrutura econômica e financeira a qual, simplesmente, ignorará os Estados Unidos.

E, em reação e resposta, o que fazem os EUA? Bombardeiam mais civis. Matam mais gente. Provocam mais guerras.

Verdade é que já não tenho muita certeza de que os EUA consigam manter esse 'padrão' hoje, com o mesmo 'sucesso' com que o mantiveram há, apenas, uma década.

Bem ou mal, a humanidade começa a despertar para esse estado de coisas. Já aconteceu até de a opinião pública no mundo conseguir impedir que os EUA fizessem mais uma guerra - e a Síria foi salva. A oposição popular certamente impedirá que os EUA façam mais guerras.

Há evidência que todos já veem com clareza e que comprometem hoje terrivelmente as posições que os EUA têm adotado: Rússia e a China jogam xadrez e pensam no bem do mundo. Obama joga damas, bolinha de gude, sabe-se lá o que joga; e não pensa no bem do mundo.

A China já queria nova moeda de reserva, desde 2013
Japão e Índia já têm um acordo para moeda de reserva própria, desde 2011.
 
No Golfo Pérsico os árabes, junto com China, Japão, Rússia e França, já planejam pôr fim aos negócios de petróleo feitos pelo dólar americano; e trabalham para pôr no lugar desse dólar uma cesta de moedas que pode incluir o iene japonês, o yuan chinês, ouro, euros e uma nova moeda unificada especialmente pensada para uso das nações do Conselho de Cooperação do Golfo (o que incluiria nessa negociação/nova cesta de moedas, também Arábia Saudita, Abu Dhabi, Kuaite e Qatar).

O fim do sistema monetário como o conhecemos

Estamos na iminência de uma mudança massiva nos parâmetros do sistema monetário mundial... todos os especialistas sabem disso (é absolutamente claro que sabem!), mas o 'noticiário' prossegue como se nada estivesse já acontecendo. Empresários norte-americanos ou gastam ou mentem que gastam como se os EUA estivéssemos em plena recuperação econômica. Cidadãos dos Estados Unidos continuam gastando dinheiro ou mentindo que gastam e em todos os casos continuam poupando pouco, talvez com a mesma expectativa que os empresários. Os investidores continuam a investir ou a mentir que continuam a investis como se tudo estivesse às mil maravilhas.

Parece que todos esses atores têm dificuldade para contextualizar e apreender a verdade sobre a economia dos EUA. E essa verdade é a seguinte: os EUA devem tanto, tanto, tanto, que a mente humana não tem meios para compreender a sua real extensão desse endividamento. E a imprensa-empresa comercial, que existe para desinformar, desinforma o mais que pode e completa o serviço de ensinar a des-compreender (seja o que for).

O capital exposto ao risco de ser queimado, virar fumaça, é da ordem de trilhões de dólares. O mundo ocidental corre o risco de entrar numa era sombria, que o futuro conhecerá, durante séculos, como o "Grande Colapso". Bem contados, não chega a 1% dos cidadãos o número dos norte-americanos e norte-americanas que se pode acreditar que saibam disso e compreendam com clareza o movimento.

Essa minoria, sim, entende o que está acontecendo; mas tem ativos em bens tangíveis e internacionalizados [metais preciosos fora do sistema financeiro] e terão boa chance de sobreviver bem às mudanças que certamente virão.

Nunca foi mais importante, necessário, prioritário, vitalmente decisivo, desligar a televisão e não tomar conhecimento do que a imprensa-empresa comercial 'informe' ou 'noticie'. Cada um terá de fazer as próprias contas e assumir o controle da própria situação financeira. ATENÇÃO: Desligue a TV. Não leia jornais. Demita todos os jornalistas que vc ajuda a sa






ustentar cada vez que paga para ler material produzido pela imprensa-empresa comercial, seja pelo rádio, seja impressa, seja pela internet ou pela televisão. E NÃO ESQUEÇA: AQUI VOCÊ TERÁ COBERTURA DESJORNALÍSTICA, EM TEMPO REAL!


* Define-se como anarcocapitalista libertarista. Lutador [luta-livre] contra o que considera dois dos maiores inimigos da humanidade: o Estado e os Bancos Centrais. Fundador do site The Dollar Vigilante, CEO da TDV Mídia e Serviços. Mais sobre o articulista, em http://www.thedaylybell.com/editorials/35309-Jeffrey-Bervick.
[1] Em explicação muito resumida: o dinheiro (divisa) americano não é emitido pelo governo americano, mas pelo Federal Reserve Note (que o empresta ao governo dos EUA) e que na realidade é um banco PRIVADO, propriedade de um poderosíssimo grupo de banqueiros internacionais que o manejam conforme seus interesses.  Para entender melhor acesse  http://resistir.info/eua/divida_eua.html [NTs].
*Pravda/FlaviaLeitao

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