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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, junho 01, 2010






Globo denuncia aloprada ligação da
filha de Serra com irmã de Dantas


Verônica (óculos escuros), com o irmão, na ida (ou volta) da PF


O jornal O Globo publica hoje na página 3 reportagem do tipo “samba do crioulo doido”, diria o Stanislaw.

O titulo é “No rastro de novos ‘aloprados’ ”

Os aloprados, como se sabe, são os que se envolveram numa tentativa de fixar na testa de José Serra a compra de ambulâncias que fez como Ministro da Saúde e quando deixou no lugar seu herdeiro político Barjas Negri.

Levantamento impecável do ministro da Corregedoria Geral da Republica, Jorge Hage, demonstra que as ambulâncias eram “superfaturadas”, debaixo do nariz de Serra e de Negri.

(Para dizer pouco …)

Deu com os burros n’água essa tentativa de colar as ambulâncias na testa do Serra na eleição para governador de São Paulo, em 2006.


Em parte, por causa da incompetência dos agentes “eleitorais” do PT de São Paulo – que o Lula chamou de “aloprados”.

Em parte, porque o PiG (*) trabalhou furiosamente para blindar Serra.

Agora, essa reportagem de hoje do Globo – ganha um doce quem entendê-la – tenta demonstrar que há um novo “alopramento” na campanha da Dilma.

É tratar da notória ligação da filha do Serra com a irmã do Daniel Dantas.

A “reportagem-charada” do Globo não trata da ligação entre as duas, celebrada na Flórida, em Miami – êpa ! Em Miami !

A reportagem trata do “alopramento”.

É assim como tratar da missa sem falar do padre.

É provável que a campanha da Dilma não queria tratar da associação da filha do Serra com a irmã do Dantas.

Problema da Dilma.

Este Conversa Afiada se vangloria de ser um dos poucos na blogosfera – ou fora dela – que trate do assunto com especial interesse.

E aí vai para os leitores do Globo, que não entenderam nada da reportagem de hoje.

É também uma singela homenagem à colonista (**) a quem o Otavinho cede a página dois da Ilustrada da Folha (***).

Ao tratar desse assunto, a notável colonista deu mais espaço ao desmentido da filha do Serra do que à informação propriamente dita.

Questão de estilo.

O Conversa Afiada lembra, também, que na Operação Satiagraha há menção de uma articulação entre Serra, Daniel Dantas e o notável empresário Naji Nahas para tratar da venda da CESP.

Serra queria que o Nahas arrumasse um comprador do mundo árabe.

Nahas reclamou que Serra pedia um preço muito alto.

E Serra mandou dizer que, depois, baixava o preço.

Isso tudo – e muito mais – está nos documentos que o Ministro Eros Grau trancou no cofre: a escuta (substanciosa) da Satiagraha.

(Esse Conversa Afiada sabe de cada coisa … Agora, a Satiagraha sabe mais … )


Veja o que disse o amigo navegante Sidnei, em e-mail enviado algum tempo atrás:

Silnei L Andrade
webmaster@mochilabrasil.com.br
Olhem o que diz a Wikipédia sobre a empresa Decidir.com:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Decidir.com,_Inc

Decidir.com, Inc. é uma empresa multinacional, registrada em Miami no dia 3 de maio de 2000 sob o número P00000044377, na qual foram sócias Verônica Dantas Rodemburg (****), irmã de Daniel Dantas, do Banco Opportunity, e Verônica Allende Serra, filha do governador José Serra. A empresa tem filiais na Argentina, Chile, México, Venezuela e Brasil. Seu site oferecia oportunidades de negócios, inclusive na área de licitações públicas no Brasil. “Encontre em nossa base de licitações a oportunidade certa para se tornar um fornecedor do Estado” [1]. Verônica Serra retirou-se da empresa pouco antes de José Serra ser oficializado candidato à presidência da república, em 2002 [1].

do conversa afiada

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