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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, junho 15, 2010

Afeganistão USA usam seus fundamentos capitalistas selvagens






Bin Laden eles não acharam, mas em compensação…

Milhares de homens, satélites, aviões “fantasmas” e de controle remoto, durante quase dez anos e os Estados Unidos não acharam Osama Bin Laden nos desertos e cavernas o Afeganistão. Em compensação – e que compensação! -, o New York Times publicou ontem que oficiais do Pentágono e geólogos norte-americanos “descobriram” reservas minerais gigantescas no Afeganistão, avaliadas em aproximadamente US$ 1 trilhão. A notícia foi reproduzida no mundo todo e em vários sites brasileiros.

A descoberta pode transformar o Afeganistão em um dos maiores produtores de minério do mundo e na “Arábia Saudita do lítio”, segundo um memorando do Pentágono. Nem é preciso dizer nas mãos de quem isso dficará, não é?

Toda essa riqueza, que inclui ouro, ferro, cobre, cobalto, lítio e nióbio, é claro, não foi encontrada por acaso. Desde os anos 80 já havia indicações de importantes depósitos minerais, e os geológos americanos se valeram de mapas soviéticos do tempo da invasão ao Afeganistão para iniciar as pesquisas. Afinal de contas, não se entra numa guerra para não levar nada, não é mesmo?

Em 2006, os EUA esquadrinharam 70% do Afeganistão, usando avançados equipamentos magnéticos e de gravidade acoplados a uma aeronave Orion P3. Os dados recolhidos foram tão promissores, que os geólogos voltaram no ano seguinte para levantamentos ainda mais sofisticados, usando um antigo bombardeiro inglês, equipado com instrumentos que permitiam um exame tridimensional dos depósitos minerais debaixo da superfície da terra.

Confirmada a riqueza, era hora do butim. Em 2009, uma força-tarefa do Pentágono que tinha criado “programas de negócios” no Iraque foi transferida para o Afeganistão e se debruçou sobre os dados geológicos.

Firmas internacionais de contabilidade especializadas em contratos de mineração foram contratadas para prestar “consultoria” ao Ministério Afegão de Minas e os dados técnicos estão sendo preparados para as licitações internacionais.

Em breve, toda a riqueza mineral do Afeganistão estará à disposição das multinacionais e de investiores estrangeiros. Para os afegãos só restará assistir à pilhagem imobilizados pela ocupação disfarçada.

Depois de fazer guerra pelo petróleo do Iraque usando Saddam Hussein como argumento, vê-se agora que por trás do combate aos talibãs estão interesses bem “fundamentalistas” do capital.


do Tijolaço


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