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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, junho 14, 2010

O pobre tem seu nome honrado






Quem empresta ao pobre, recebe em dia

Com acesso ao microcrédito, pequeno produtor melhora e amplia seu negócio

A direita adora criticar o Bolsa Família dizendo que o programa não aponta portas de saída a seus beneficiários. Mas também não gosta de ouvir falar de crédito para os mais pobres, operação que não compensa financeiramente. Ou seja, está sempre de costas para o povo.

Durante a crise financeira, os bancos aqui instalados protestaram contra as instituições financeiras públicas porque facilitavam a concessão de crédito. Diziam que as operações não se sustentavam o que se revelou uma falácia. Não só os bancos públicos elevaram seus lucros, como a população, com acesso ao crédito, foi o maior antídoto contra a crise no Brasil.

O presidente Lula, que bancou a ação dos bancos públicos, revelando uma vez mais a importância do papel do Estado e de ter instituições sólidas, sem esse papo de entregar tudo ao mercado, como tentaram fazer os tucanos, comemorou hoje um número importante: o volume de R$ 1,3 bilhão que o Banco do Nordeste do Brasil emprestou para um milhão de pequenos agricultores em cinco anos.

São essas atitudes que transformam o país. Para manter o crédito aos pobres, o Banco do Nordeste se financia no BNDES. E o programa é tão bom que o BNB tem pedidos para mais R$ 10 bilhões.

Como diz Lula, quando o pobre pede empréstimo, ele dá a sua cara, que é seu maior patrimônio. E faz de tudo para pagar. O índice de inadimplência no BNB está em apenas 3%.

do Tijolaço

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