Serra defendia "papel" da Folha na repressão do regime militar
O “seu Frias”, dono da Folha (*) e uma ponte em São Paulo, demitiu Claudio Abramo para agradar os militares do regime militar.
E pôs Boris Casoy no lugar.
E deu a Claudio um prêmio de consolação: ser correspondente em Londres.
Num fim de semana, Claudio recebeu dois amigos brasileiros para almoçar.
Tudo ia bem, quando, inesperadamente, chegam Otavio Frias Filho, hoje diretor de redação da Folha (*), e José Serra.
Conversa vai, conversa vem, um dos convidados de Claudio não se contém e resolve perguntar o que, segundo ele, estava entalado na garganta há algum tempo: por que a Folha cedia os carros de distribuição de jornais aos órgãos de repressão ?
(Sobre esse episódio que dignifica a Folha (*), leia Beatriz Kushnir, ‘Cães de Guarda: Jornalistas e Censores do AI-5 à Constituição de 1988’. Otavio Frias Filho se recusou a dar entrevista a Kushnir.)
Amigo navegante, sabe quem defendeu a Folha (*) com unhas e dentes ?
Quem explicou que a situação era muito delicada, e mesmo como ex-exilado, ele entendia que o “seu Frias” tivesse feito aquilo ?
Que a pressão política era irresistível ?
Sabe, amigo navegante, quem disse isso ?
O jenio.
Ele diz qualquer coisa.
(O filho do “seu” Frias não precisou dizer nada.)
Paulo Henrique Amorim
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