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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, setembro 15, 2010

Lulismo






A oposição (PSDB, DEM, Estadão, Folha, TV Globo, Veja e outros) começam a temer a capacidade de voto que o presidente Lula parece ser capaz de agregar.

Essa mesma oposição também reclama de que há um perigo na democracia se o povo decidir votar em massa nos candidatos do presidente Lula.

Mas isso é a democracia, a decisão do povo, de um povo soberano. Essa mesma oposição nadou de braçada com o pensamento único presente nos tristes anos do neoliberalismo do governo FHC. Achavam tudo natural.

Nos dois governos de Fernando Henrique, o PT e outros partidos praticamente desapareceram do debate político. E foi nesse momento que a oposição começou a gestar o lulismo.

Ao criticar de forma acintosa o PT (Partido dos Trabalhadores), tentando desqualificá-lo no debate político como intransigente, radical, comunista, stalinista, ditadores etc, DEM/PSDB e a velha mídia iniciaram o processo de construção do Lulismo.

A revista Veja foi a expoente máxima desse jogo de desqualificação do Partidos dos Trabalhadores, basta fazer uma análise das capas e reportagens da revista nos últimos anos. A revista é a mãe do lulismo.

Ao negarem o PT, como uma instituição política e democrática, abriram espaço para a construção do personalismo do presidente Lula. É um pouco a história do voto: “odeio o PT, mas amo Lula”.

Ao perceberem a presença do governo do presidente Lula nas suas vidas, a população o elegeu como o único responsável pelas conquistas e não o resultado de toda uma história de luta de intelectuais, artistas, técnicos e trabalhadores que construíram o PT e ajudaram no sucesso do governo. (Para José Serra e para a velha mídia é o estado aparelhamento, da boquinha etc… continuam construindo o lulismo)

Lula não fez um governo de grandes mudanças, mas um governo que chegou até a população, uma população que ficou durante séculos vivendo das migalhas e das ilusões eleitorais, esperando o bolo crescer.

A oposição está irada porque o governo Lula arrumou a casa, que ficou destruída durante o governo de PSDB/FHC. Com o país pronto para crescer, administrar o próximo governo, pensa a oposição, seria sopa no mel. Era a grande chance de ficar mais 500 anos no poder.

Por isso, o problema de lulismo não é o fracasso de Dilma, caso seja eleita, mas o seu sucesso.

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*EducaçãoPolítica

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