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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, novembro 10, 2010

Banco de Silvio pede socorro. Como fica o SBT ?

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Nem o Baú da Felicidade tem 2,5 bilhões à disposição

Saiu no Estadão Online:

Silvio Santos levanta empréstimo de 2,5 bilhões de reais do Banco Central para salvar o seu Banco Panamericano.

É uma operação de emergência para cobrir o buraco de empréstimos fictícios.

Ou seja, o Banco do Silvio fraudava o balanço.

O empréstimo de emergência de um fundo especial do Banco Central é de 2,5 bilhões de reais, uma quantia que provavelmente ultrapassa, de longe, a capacidade de endividamento de uma empresa como o SBT, em terceiro lugar no mercado de televisão e dirigida por um empresário de 80 anos.

Quem vai comprar o Banco ?

A Caixa pagou recentemente 700 milhões de reais para ter 49% do Panamericano.

Ela se interessaria em assumir o controle total ?

Ou será que o grupo português do Banco Espírito Santo, aqui no Brasil representado pela empresa Ongoing, se interessaria pelo negócio ?

A Ongoing já comprou no Rio o jornal O Dia e abriu o concorrente do Valor, o Brasil Econômico.

Para desespero da Globo.

E o SBT ?

Interessa também à Ongoing ?

Ontem, este ordinário blogueiro ouviu que Eike Batista está interessado no SBT.

E no Panamericano, Eike também estaria interessado ?

A indústria da televisão começa a se mexer.


Paulo Henrique Amorim

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