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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

“Anonymous” declara guerra a Israel

Em vídeo lançado na manhã desta sexta-feira, 10 de fevereiro, o grupo de hackerativistas promete “remover” o Estado de Israel... da internet
O grupo Anonymous deve entrar para a história como o primeiro a fazer uma declaração de guerra pela internet. O alvo é o governo de Israel, a quem os hackerativistas chamam de criminoso, mentiroso, oligárquico, corrupto, antidemocrático e fanático, entre outras coisas. “Há muito tempo vimos tolerando seus crimes contra a humanidade e permitindo que seus pecados fiquem impunes”, começa a declaração. “Vocês são indignos de existir em sua forma atual”, ouve-se mais adiante. “Seu império carece de legitimidade e por isso vocês precisam governar atrás de uma cortina de fraudes.”
Em nenhum momento os palestinos são mencionados. O grupo de hackerativistas considera o governo israelense responsável pela dominação de todos os seres humanos, como se pode concluir pelo teor geral da declaração e em particular pela frase “Seu domínio sobre a humanidade enfraquecerá e o ser humano estará mais próximo da liberdade”.
Há uma referência clara ao Irã, embora o nome do país não seja citado. Os Anonymous afirmam que não vão permitir o ataque do governo sionista a “um país soberano”, baseado “em uma campanha de mentiras”.
A guerra eletrônica contra Israel será realizada em três etapas. A primeira começou com o lançamento do vídeo. A segunda já foi iniciada, mas em segredo. Só será revelada mais tarde. A terceira, misteriosa, é colocada como um “presente” do grupo para os sionistas.
A declaração termina com uma promessa: “Nós não vamos parar até seu Estado policial tornar-se um Estado livre”.
A seguir, a tradução do texto do vídeo, que se segue: “Anonymous Message To The State of Israel”
“Ao governo do Estado de Israel
Nós somos os Anonymous.
Há muito tempo vimos tolerando seus crimes contra a humanidade e permitindo que seus pecados fiquem impunes.
Por meio de mentiras nos meios de comunicação, e de corrupção política, vocês conseguiram a simpatia de muita gente. Alardeiam ser democráticos, mas na realidade isso está longe da verdade. Seu único objetivo é melhorar a vida de um grupo seleto enquanto atropelam, sem cuidado, a liberdade das massas.
Mas nós enxergamos o que há por detrás da propaganda que vocês fazem circular nas principais mídias e [enxergamos também o que há por detrás] das pressões que vocês operam nas instituições políticas.
Seu fanatismo sionista já deslocou e matou um grande número de pessoas. Enquanto o mundo chora, vocês riem, planejando seu próximo ataque. Tudo isso é feito sob o disfarce da paz, mas a paz vem sendo obstruída desde o início de seu regime.
Vocês rotulam de antissemitas todos aqueles que se recusam a acatar suas exigências supersticiosas. E vêm dando passos rumo a um holocausto nuclear. Vocês são indignos de existir em sua forma atual, e, portanto enfrentam a ira dos anônimos. Seu império carece de legitimidade e por isso vocês precisam governar atrás de uma cortina de fraudes.
Nós não permitiremos que vocês ataquem um país soberano com base em uma campanha de mentiras.
Seu domínio sobre a humanidade enfraquecerá e o ser humano estará mais próximo da liberdade.
Mas, antes que isso aconteça, os povos do mundo se levantarão contra vocês e os tirarão do poder, com toda a sua riqueza. Nossa cruzada contra seu reinado de terror será feita em 3 etapas.
A primeira terá início após o lançamento deste vídeo e terá como objetivo removê-los sistematicamente da internet.
A segunda será revelada mais tarde e já foi iniciada.
Em relação à etapa 3, bem, pensem nela como um presente dos Anonymous a vocês.
Nós não vamos parar até seu Estado policial tornar-se um Estado livre.
Nós somos anônimos.
Nós somos legião.
Nós não perdoamos.
Nós não esquecemos.
Governo de Israel, espere por nós.”
Baby Siqueira Abrão
Brazilian journalist - Middle East correspondent
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