Greve geral tem forte adesão na Grécia
DA EFE, EM ATENAS
A participação na greve geral de 48 horas que começou nesta sexta-feira
na Grécia contra o acordo assinado entre a troika --formada pelo FMI
(Fundo Monetário InternacionalI), a UE (União Europeia) e o Banco
Central Europeu (BCE)-- e o governo grego está sendo muito ampla,
segundo os sindicatos majoritários.
Segundo os dados oferecidos pelo principal sindicato grego, o GSEE,
todos os estivadores, trabalhadores dos navios de transporte e operários
das refinarias não foram trabalhar hoje.
Entre o pessoal de portos e da construção civil, a adesão da greve foi
de 70%, enquanto na siderurgia e no comércio foi de 60%. Além disso, 80%
dos trabalhadores de bancos, correios e organismos públicos se
ausentaram de seus trabalhos.
Especialmente severa é a greve no transporte urbano de Atenas, pois,
durante dois dias, não funcionarão trens, bondes, ônibus e boa parte do
metrô.
Segundo um comunicado da GSEE, as medidas impostas pela troika à Grécia
em troca de um empréstimo de 130 bilhões de euros levarão o país "à
ruína" pois se trata do "ataque mais violento ao sistema de distribuição
da riqueza".
A maior polêmica reside na redução de entre 22% e 32% do salário mínimo e
na terceira redução das pensões em dois anos (desta vez de 15%).
Também foi grande a participação na manifestação principal em Atenas,
maior que a registrada na terça-feira passada na anterior greve geral,
segundo pôde comprovar a Agência Efe.
PRAÇA OMONIA
Fontes policiais disseram à Efe que o número de participantes rondou os
de terça-feira, cerca de 20 mil, dos quais a metade se concentrou na
praça Omonia sob a bandeira do Partido Comunista.
"O que estão fazendo responde a um plano de interesses nacionais e
estrangeiros e só podemos responder com a mobilização", afirmou à Efe
Nikos Vassialiadis, sindicalista na empresa de águas públicas EIDAP, que
será privatizada no marco do acordo com a troika.
"Cada vez mais gente se soma aos protestos", comemorou Stavros Petrakis,
secretário-geral da Federação de Professores de Escolas Primarias.
No final da manifestação, foram registrados alguns distúrbios isolados
quando um grupo de 200 jovens encapuzados lançou pedras e coquetéis
molotov contra a Polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo.
*esquerdopata
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