Argentina discute militarização das Malvinas durante Cúpula
Durante a II Cúpula de Segurança Nuclear, que é realizada na
Coreia do Sul, o chanceler argentino Héctor Timerman advertiu sobre o
envio de um submarino nuclear inglês ao Atlântico Sul e exigiu que a
Grã-Bretanha “confirme a ausência de armas nucleares” nesta zona. Por
meio de seu vice-ministro Nicholas Clegg, o Reino Unido, sem apresentar
provas ou argumentos, qualificou esse pedido como “infundado”.
Durante sua intervenção, Timerman chamou atenção para os “recentes
episódios de militarização” segundo os quais “uma potência
extra-regional envia um submarino nuclear a uma zona cuja soberania é
objeto de disputa reconhecida pelas Nações Unidas e se nega ao mesmo
tempo a confirmar se com esta ação não estaria introduzindo armas
nucleares na zona desnuclearizada”.
Nick Clegg reforçou, nesta terça-feira (27), que as suposições de que o
Reino Unido teria enviado um submarino nuclear às Malvinas são "sem
fundamentos".
“Meu país demanda que se respeite o compromisso de paz que os países sul
americanos escolheram para a região. A Argentina exige que a potência
extra-regional que recentemente enviou um submarino capacitado para
transportar arsenal nuclear para patrulhar o Atlântico Sul confirme a
ausência de armas nucleares na região”, disse Timerman.
O chanceler sustentou ainda, frente aos mandatários e representantes
diplomáticos das potências (entre os quais o presidente dos EUA, Barack
Obama) que a militarização britânica nas Malvinas “nos traz novamente o
tema do alcance do compromisso por parte dos países possuidores de armas
nucleares com suas obrigações como Estados parte de tratados de zonas
livres de armas nucleares”.
O ministro argentino lembrou que seu país, junto ao Brasil, "conforma o
eixo sobre o qual se constrói a desnuclearização do Atlântico Sul" e
"não se deve utilizar a dissuasão nuclear contra países que renunciaram
as armas de destruição em massa".
“Um tratado que estabelece uma zona livre de armas nucleares é, antes
de tudo, um tratado de segurança. Que proteção nos dá o tratado de não
proliferação quando uma potência nuclear ameaça de maneira direta ou
velada com a possibilidade de introduzir armas nucleares na zona
desnuclearizada?”, questiona Timerman.
*comtextolivre
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