Enquanto em SP os filhinhos de papai protestam na Paulista: Universidade de Oxford reconhece ‘Enem’ indiano em processo seletivo
A
Universidade de Oxford, no Reino Unido, passará a aceitar, em seu
processo de admissão, os resultados dos exames realizados por estudantes
indianos ao fim do ensino médio – em linhas gerais, o equivalente
indiano do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
Wikimedia Commons
Universidade de Oxford, no Reino Unido
De acordo com o jornal acadêmico norte-americano Chronicle of Higher Education,
a partir de 2013 vagas em Oxford serão oferecidas, condicionalmente,
aos estudantes que obtiverem 90% ou mais de aproveitamento nos exames da
Índia, que são administrados por um órgão governamental, a BCSE
(Central Board of Secondary Education), e um privado, o CSIE (Council
for the Indian School Certificate Examinations). Cada uma dessas
organizações aplica seus próprios exames.
Em
visita à Índia, o vice-chancellor – principal dirigente executivo – de
Oxford, Andrew Hamilton, disse que o objetivo é “atrair os melhores
estudantes indianos” para a tradicional universidade britânica. Até
agora, os indianos que desejavam vaga em Oxford tinham de se submeter a
certificações internacionais para comprovar aptidão acadêmica.
O Chronicle nota
que a medida anunciada pela instituição inglesa se assemelha à adotada,
em fevereiro, pela Universidade de Sydney, na Austrália, que passou a
aceitar os resultados de exames chineses na seleção de estudantes.
No OperaMundi
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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
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