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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, março 29, 2012


Dilma e os BRICs
calam a elite

Ué, cadê o Cerra ? E o FHC ? Não foi ?
Antes que o PiG (*) diga que o encontro dos BRICs em Nova Delhi foi um fracasso e que a Dilma não brilhou, o ansioso blogueiro visitou a imprensa da Índia e agências internacionais de notícias para saber o que aconteceu.

Por exemplo, descobriu que, de fato, os BRICs deram o primeiro passo para criar um Banco de Desenvolvimento, como contra-peso ao Banco Mundial (controlado desde Bretton Woods pelos Estados Unidos).

“Este novo banco de desenvolvimento tentará converter o poder econômico dos BRICs em influência diplomática coletiva”.

Além do banco de desenvolvimento, o objetivo é aproximar as Bolsas de Valores dos países dos BRICs.

E estimular o comércio nas próprias moedas.

Por exemplo: no encontro, Rússia e Índia anunciaram que, em três anos, passarão a comercializar em suas próprias moedas.

(Como a China é rival das duas, é provável que, breve, a China faça o mesmo, para entrar no jogo – PHA)

Por falar em maior “influência diplomática”:

os BRICs rejeitaram a ação unilateral americana contra o Irã.

A suspensão da compra de petróleo elevou os preços e, segundo os BRICs, isso prejudica a recuperação econômica mundial.

A Rússia queria uma condenação mais forte contra os Estados Unidos, mas os outros países atenuaram a linguagem.

Os BRICs querem uma solução diplomática para Síria.

E lamentaram a lentidão com que o FMI tenta re-erguer a economia mundial.
Navalha
Por mais que os colonistas (*) do PiG (**) lamentem, os BRICs se tornaram uma força política irremediável.
A elite brasileira gostaria que BRICs fosse o acrônimo de Bélgica, Roma, Inglaterra, Califórnia e Suíça.
Já foi tempo, amigo navegante.
O Rei Leopoldo morreu.
Eles é que não sabem.



Em tempo: nem a Urubóloga – que voltou das férias e isso é uma ameaça à paz mundial – conseguiu falar mal da reunião de Nova Delhi. No Bom (?) Dia Brasil, ela, porém, disse que o Brasil não tem “competência” para exportar para a Índia. Ela não se contém …


Paulo Henrique Amorim


(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (**) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta  costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse  pessoal aí.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
*PHA

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