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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, março 29, 2012

Haddad resume como Serra/Kassab poderiam melhorar a vida dos paulistanos e perderam a oportunidade



Fernando Haddad (PT/SP) concedeu entrevista a Ricardo Kotscho, do R7, e um dos pontos altos foi como resumiu o problema da qualidade de vida do paulistano que cabe à prefeitura de São Paulo fazer e não está fazendo.

Eis a transcrição deste trecho:
"... A vida do paulistano melhorou da porta para dentro de casa. Da porta para fora de casa a vida não melhorou. Da porta para dentro melhorou porque a economia melhorou, a geração de emprego e renda melhorou. Da porta para fora, o poder público municipal não foi capaz de aproveitar esse momento de prosperidade para equilibrar esse jogo. Há um desequilíbrio entre a vida privada, com carro, computador, TV de Plasma... Você sai e não encontra espaço público, segurança, iluminação, educação de qualidade... Essa discrepância é a marca de São Paulo nos dias de hoje. Nós temos de traduzir em investimentos públicos para reequilibrar o jogo...E que as pessoas se sintam convidadas a participar da vida comunitária, fora de casa, nos parques, nas praças,  nos teatros, nos museus, e assim por diante."
Em outro trecho ele diz também como o uso da prefeitura como plataforma de oposição ao governo federal, evitando fazer convênios da prefeitura com projetos federais, prejudicou políticas públicas como habitação, erradicação da pobreza, educação, saúde, que exigem esforços em comum de todas as instâncias de governo (municipal, estadual e federal).
A entrevista completa pode ser assistida aqui ou lida aqui.
*OsamigosdopresdidenteLula

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