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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, março 26, 2012

Brasileiros poderão entrar nos EUA por quiosques eletrônicos

HERMANO FREITAS
Direto de São Paulo
Os brasileiros serão os primeiros viajantes sul-americanos com entrada facilitada pela Imigração dos Estados Unidos. O Consulado Geral norte-americano em São Paulo anunciou nesta segunda-feira um projeto-piloto no qual os brasileiros poderão entrar naquele país após a identificação do passaporte e das digitais em um quiosque eletrônico. O chamado Viajante Confiável ou Global Entry Program (GEP), não dispensa o visto e estará disponível em 20 aeroportos, inclusive Miami e Nova York, dispensando a fila na Alfândega.
Por uma taxa de US$ 100 (R$ 181), que não é reembolsável mesmo em caso de rejeição no GEP, o viajante terá cinco anos de entrada facilitada mediante inscrição e uma "conferência rigorosa" dos documentos. A facilidade é recomendada em especial para viajantes frequentes, como membros de agências de viagens, executivos e imprensa. Atualmente, o programa está disponível para cidadãos norte-americanos, holandeses e mexicanos. A participação do Brasil ainda depende de aprovação do governo brasileiro. Nesta fase inicial, até 1,5 mil brasileiros pode ser contemplados.
O adido de alfândega e proteção de fronteiras, Jaime Ramsey, afirmou que este pode ser o primeiro passo para extinguir a exigência de visto para brasileiros entrarem nos EUA. "Eu acho um absurdo que se você já é parte do GEP, é baixo risco, tenha que renovar visto", declarou. Para o embaixador norte-americano, é uma mostra do aquecimento na relação entre os dois países. "É uma mostra da confiança dos EUA no Brasil e também o interesse que brasileiros têm em viajar ao nosso país e dos norte-americanos em vir ao Brasil", declarou o embaixador Thomas Shannon.
Concessão de vistos
O Consulado informou que a Missão Diplomática dos EUA no Brasil processou 944.868 vistos em 2011, aumento de 51% em relação a 2010. Em 2012, até fevereiro, foram processados 181.318 vistos no Brasil. O Departamento de Comércio dos EUA calculam em 1,5 milhão os brasileiros que visitaram os EUA em 2011, crescimento de 25% em relação a 2010. O Brasil é a quarta maior origem de turistas para os EUA, perdendo apenas para Reino Unido, Japão e Alemanha.
O incremento da emissão de vistos vai de encontro com as necessidades de aquecimento da economia norte-americana. Cada brasileiro gasta em média US$ 5 mil (R$ 9 mil) no país a cada viagem.
*Terra

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