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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, março 27, 2012

EM 2011, 2,7 MILHÕES DE BRASILEIROS MIGRARAM PARA A CLASSE C, DA QUAL JÁ FAZ PARTE MAIS DA METADE DA POPULAÇÃO NACIONAL

Maioria da população já está na classe C

Em 2011, a classe C passou a representar mais da metade da população brasileira (54%). Isso porque no último ano, 2,7 milhões de brasileiros saíram das classes D e E e migraram para a classe C, como mostra notícia publicada pela Agência Brasil. Além disso, 230 mil pessoas deixaram a classe média e entraram nas classes mais ricas (A e B).

Com isso, o desenho da distribuição dos brasileiros pelas classes sociais foi reconfigurado e a maioria da população não se encontra mais nas classes D e E, como acontecia até então. A renda familiar do brasileiro também cresceu, principalmente na classe C, já que nas classes A e B ela se manteve relativamente estável. No entanto, a renda disponível teria aumentado em todas as classes de forma geral, o que significa uma maior contenção de gastos segundo especialistas.

Com o crescimento da renda dos brasileiros o principal desafio continua sendo o da distribuição de renda, junto com a oferta de oportunidades visando pelo menos diminuir um pouco a imensa desigualdade social brasileira. E é aí que mora a parte mais complicada da questão.

Veja notícia sobre o assunto:

Classe C passou a ser maioria da população em 2011
Por Marli Moreira
No ano passado, 2,7 milhões de brasileiros mudaram o perfil de renda, saindo das classes D e E para integrar a classe C. Além disso, 230 mil pessoas deixaram a classe média e entraram nas classes mais ricas (A e B).
Com isso, em 2011, a maior da parte da população (54%) já fazia parte da classe C. Isso representa uma mudança em relação ao verificado em 2005, quando a maioria (51%) estava nas classes D/E. É o que mostra a sétima edição da pesquisa Observador Brasil 2012, feita pela empresa Cetelem BGN, do Grupo BNP Paribas, em parceria com o instituto Ipsos Publics Affairs.
O levantamento também revela um aumento, em comparação a 2005, da porcentagem de brasileiros na classe A/B. Hoje a porcentagem é de 22%, em 2005, era de 15%.
Consumo e renda
A pesquisa indica ainda que a capacidade de consumo do brasileiro aumentou. A renda disponível, ou o montante de sobra dos ganhos, descontando-se as despesas, subiu pouco mais de 20% (de 368 reais, em 2010, para 449 reais, em 2011) . Na classe C, houve um aumento de 50% (de 243 reais para 363 reais). (Texto completo)
*educaçãopolitica

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