Alunos da USP farão semana do baseado
Coletivo DAR
Universitários promovem atividades para debater a proibição do uso de drogas no câmpus; programação do evento inclui noite do ‘fumo lícito’
Camilla Haddad –
Alunos
da Universidade de São Paulo (USP) promoverão, entre segunda e
sexta-feira, a Semana de Barba, Bigode e Baseado. Serão cinco dias de
atividades para discutir a proibição do uso de drogas ilícitas no câmpus
do Butantã, na zona oeste da capital. Está prevista uma noite do fumo,
que, “para efeitos jurídicos”, terá “apenas orégano, substância lícita”.
O convite para o evento é feito pelo Facebook.
“A
semana terá um caráter lúdico e libertário”, disse Caio Andreucci,
estudante do 3.º ano de Ciências Sociais e um dos organizadores. Ele
contou que a ideia surgiu na Frente Uspiana de Mobilização
Antiproibicionista (Fuma). O grupo foi fundado no fim do ano passado, em
meio aos protestos surgidos após a Polícia Militar flagrar três
estudantes com maconha na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas (FFLCH), que acabaram com a invasão da Reitoria.
Segundo
Andreucci, a maioria dos participantes é da FFLCH, mas devem marcar
presença também alunos do Direito. “A gente vai discutir a moralidade na
questão das drogas com ironia e piada”, prometeu.
Na
segunda-feira, dia 16, serão apresentados documentários sobre drogas e
mulheres que vivem no mundo do tráfico. As sessões serão exibidas no
Espaço Verde, um sala da FFLCH, a partir das 20 horas. No dia seguinte,
será a vez do fumo lícito, como definiu o regulamento do evento. Na
mesma página na internet, os estudantes postaram que “droga não é
demônio” e o que estará em pauta é a “autonomia sobre o próprio corpo e a
liberdade de escolha”. Professores da USP estão entre palestrantes
anunciados no Facebook.
Apesar
das frases, Caio lembrou que não serão fornecidas drogas no local. “É
uma questão que não podemos controlar, mas não vamos incitar.”
Arrecadação. No
último dia de discussões, previsto para a próxima sexta-feira, será
realizada uma cervejada na faculdade. O dinheiro arrecadado com a venda
de bebidas será revertido para a Marcha da Maconha, movimento que
defende a legalização da droga no Brasil.
A
Assessoria de Imprensa da Reitoria da USP informou que não vai se
manifestar sobre o evento. No mês passado, o coronel da reserva Luiz de
Castro Junior assumiu a Guarda Universitária da USP. Ele não foi
localizado pela reportagem para comentar o assunto.
*cappacete
Nenhum comentário:
Postar um comentário