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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, abril 06, 2012

Bancos chiam, mas vão baixar juros

 

Há quase três anos, vários meses depois da eclosão da crise de 2008, Lula finalmente conseguiu – após uma intensa pressão sobre o então presidente do Banco Central, Henrique Meirelles – baixar não apenas a taxa Selic como, ao preço de ter de substituir a direção do Banco do Brasil, fazer com que baixassem os juros efetivamente cobrados da população e do setor produtivo da economia, com uma redução do preço do dinheiro nos bancos públicos.
Na ocasião, não faltaram críticas. As de sempre, dos “analistas econômicos” e outras, mais diretas, dos donos dos bancos privados.
Dia 11 de agosto de 2009:
“O presidente-executivo do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, afirmou nesta terça-feira que algumas taxas de juros que estão sendo cobradas por bancos públicos não são sustentáveis.
Em palestra a líderes empresariais, o executivo afirmou que “as taxas que estão sendo praticadas não são sustentáveis em muitos casos”.
“Tem que remunerar o capital”, disse Setubal, ao responder pergunta sobre a chance de o “spread” bancário cair nos próximos meses.
Como se viu, não apenas as taxas eram sustentáveis como os bancos públicos exibiram belos lucros em seus balanços e tomaram parte do espaço da banca privada. O próprio Itaú, então o maior dos bancos brasileiros, teve de amargar a perda da liderança do ranking bancário para o próprio Banco do Brasil.
O crescimento da economia, com isso, chegou a 7,5% em 2010, bem acima do que o Dr. Setúbal previa:
O executivo afirmou ainda que considera que a economia do país está em ritmo de crescimento de quatro por cento ao ano e que deve crescer de quatro por cento a cinco por cento em 2010.
Agora, quando Dilma comanda um processo idêntico de irrigação da atividade econômica, não é nenhuma supresa que a reação dos bancos seja a mesma.
Mas o tom, certamente, será mais baixo.
Afinal, nem eles acreditam que a suposta “fidelidade” de seus clientes vá resistir a uma decisão de manter-lhes taxas muito mais altas que as cobradas pelos bancos públicos.
Naquela ocasião, os bancos privados cobravam um “spread” – diferença entre o custo da captação do dinheiro e o dos empréstimos – que, no mundo, só perdia para o Zimbabue.
Capitalismo selvagem é isso aí.
*Tijolaço

Bancos privados acham que brasileiro é otário

 

A presidenta Dilma resolveu enquadrar os bancos e atacar os juros escorchantes cobrados dos clientes, como medida para aquecer o mercado interno, pois menos juros, mais dinheiro no orçamento familiar para poder consumir melhor, reformar a casa, comprar algo que faltava, ou substituir o que está funcionando mal, etc. Não é preciso dizer que isso faz a roda da economia girar e gerar empregos.

Os bancos estatais BNB, Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal já anunciaram redução de até 75% sobre os juros cobrados dos clientes - pessoas físicas e empresas.

O BB reduziu os juros do crédito rotativo do cartão de crédito de 12,25% para 3% ao mês. No crédito para financiamento de veículos, os juros caíram de 1,70% para 0,99% ao mês (nos bancos privados essa taxa varia de 1,73% a 1,85% ao mês). Nas linhas de crédito para consumo em lojas deve cair para menos de 2%.

Os bancos públicos ainda vão estimular a troca de financiamento mais caros antigos, pelos novos com juros menores. Estas medidas devem levar muita gente a trocar de banco. Já pensou pagar uma prestação menor sobre um financiamento já existente?
Os bancos privados estão catimbando diante da ofensiva, e a FEBRABAN quer fazer lobby no Planalto na semana que vem.
No jornalão "O Globo", defensor dos bancos com o blá-blá-blá de que o valor das ações caem se os juros caírem, saiu essa pérola:
"Eles [bancos privados] acreditam ainda que, mesmo com os cortes significativos nas taxas cobradas pelos bancos públicos, não vão perder clientes, porque há uma resistência natural em trocar de banco."
Pode até ter algumas pessoas acomodadas e outras com outros motivos que justifiquem não mudar de banco, mas diante dessa forma dos bancos privados tratarem os brasileiros, mudar para um banco público virou um ato de AÇÃO POLÍTICA, pela melhor distribuição de renda, de atitude pela prosperidade da nação e até de patriotismo, mesmo para quem não esteja utilizando financiamento.
Se os mais esclarecidos mudarem para os bancos públicos, mesmo sem precisar, ajudarão os mais vulneráveis ou receosos, pois ao sentir a perda de clientes, os bancos privados acompanharão a queda de juros.
*osamigosdopresidentelula

Um comentário:

  1. "De tanto olhar a árvore não se vê a floresta"

    A novela MENSALÃO criada pelo 'PIG' e outros interessados em desestabilizar para recuperar o poder, encobre assuntos mais relevantes ao Brasil, à América Latina, à Humanidade como Crimes de Guerra, Descumprimento de leis internacionais e respeito à soberania, genocídio iraquiano com armas químicas e uranio enriquecido - razão de inúmeras gestações mutantes e crianças deformadas. A destruição da Lybia e agora a interferência na soberania da Syria visando em seguida o Iran são questões que caminham para o Holoausto da Espécie Humana, mas, ainda assim, ofuscadas por assunto que compete somente ao judiciário dirimir.
    Comparado ao 'escândalo da Libor' e à maior crise econômica desde 1929, o tempo empregado pela mídia aos factóides do mensalão é despresível e não tem qualquer mérito, ou definiição além de: clichê geopolítico, sem outro propósito, senão inflamar e desesperançar rebanhos hipnotizados aos sofismas de sabotadores conscientes que: ENQUANTO LUTARMOS SEPARADOS SEREMOS VENCIDOS JUNTOS.

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