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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, abril 11, 2012

Dilma visita MIT e assina convênio para criação de centro de inovação tecnológica no Brasil

Instituto de Tecnologia da Aeronáutica, em São José dos Campos, será o beneficiado pelo acordo 
Dilma Rousseff é recebida por Susan Hockfield, presidente do Massachussets Institute 
of  Technology (MIT), em Boston
BOSTON, EUA - A presidente Dilma Rousseff dobrou a aposta na importância da inovação tecnológica para o desenvolvimento do Brasil, ao visitar o MIT (Massachusetts Institute of Technology), um dos maiores centros de pesquisa do mundo. Ela presidiu a assinatura de um convênio com o MIT para a montagem, dentro de seis meses, de um centro de inovação no ITA (Instituto de Tecnologia da Aeronáutica), em São José dos Campos (SP).

- O século XXI é o século do conhecimento, e da capacidade de cada uma das pessoas de trabalhar na construção de um mundo mais rico, mas também mais justo e mais pacífico. Quero me comprometer publicamente a dar suporte a esta parceria com o MIT, que hoje muda de patamar - disse Dilma.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, explicou como vai funcionar o centro de inovação.
- Vamos diversificar para novas áreas, não só engenharia aeronáutica, mas sempre associadas à pesquisa de novos materiais, com foco na inovação. Associar a capacidade de engenharia que o ITA com a base industrial produtiva do país. A marca mais importante do MIT é transformar ideias em ação. É isso que nós queremos no Brasil, é isso que vai dar um salto de qualidade na economia do Brasil - disse o ministro.
A reitora do MIT, Susan Rockfield, lembrou que o fundador do ITA foi um ex-reitor do MIT, Richard Smith.
- Hoje estamos renovando uma parceria que permitirá ao ITA dobrar seu número de estudantes de graduação - disse Susan.
O ITA tem 120 estudantes na graduação. Já o MIT tem 10 brasileiros na graduação e 40 na pós-graduação. A maioria deles estava ontem reunida para cumprimentar a presidente Dilma. Os irmãos gêmeos André e Flávio Calmon, de 27 anos, ambos doutorandos, ouviram de Dilma um pedido para que voltassem para o Brasil.
- Respondemos que esta é a nossa vontade. Queremos fazer diferença no Brasil, seja na pesquisa ou na indústria - disse André.
- O Brasil não pode mais ficar só olhando e imitando, tem que inovar, e somos um dos povos mais criativos do mundo - completou Flávio.
A estudante de graduação em física e ciência política Karine Yuki ficou emocionada ao encontrar a presidente.
- Achei fantástica a iniciativa de investir em ciência e tecnologia. Estava faltando isso no Brasil - disse Karine.
Os estudantes elogiaram o programa Ciência sem Fronteiras, que tem como meta enviar 101 mil estudantes brasileiros para estudar no exterior. O programa também prevê estímulos para que pesquisadores estrangeiros passem a trabalhar no Brasil.

*esquerdopata

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