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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, abril 13, 2012

Ditadura militar (1964-1985): repressão, resistência e memória


Governo do Estado de São Paulo
Memorial da Resistência de São Paulo
convidam para a palestra
Ditadura militar (1964-1985): repressão, resistência e memória
Palestrante: Prof. Dr. Carlos Fico (UFRJ)
Dia 28 de abril de 2012 (sábado), das 10h30 às 13h
Largo General Osório, 66 – Luz
Auditório Vitae – 5º andar
O primeiro Encontro de Aprofundamento Temático deste ano apresenta a palestra “Ditadura militar (1964-1985): repressão, resistência e memória”, com o objetivo de discutir, de forma atualizada, questões que envolvem o aparato repressivo estruturado durante o regime militar para vigiar, desarticular e punir as ações de resistência política organizadas por setores da sociedade brasileira. Outro tema a ser abordado, é o tratamento dado às marcas da memória do período, incluindo, neste sentido, a implantação da Comissão Nacional da Verdade.
Carlos Fico
É mestre em história pela Universidade Federal Fluminense e doutor em história pela Universidade de São Paulo, onde também fez estágio de pós-doutoramento. Atualmente, é Professor Titular de História do Brasil da Universidade Federal do Rio de Janeiro e desenvolve pesquisas relacionadas aos seguintes temas: ditadura militar no Brasil e na Argentina, historiografia brasileira, rebeliões populares no Brasil republicano e história política dos Estados Unidos durante a Guerra Fria. Foi "Cientista do Nosso Estado" da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) entre 2003 e 2006 e recebeu o Prêmio Sergio Buarque de Holanda de Ensaio Social da Biblioteca Nacional em 2008.
Público alvo: professores, educadores e estudantes universitários (graduação e pós-graduação)
Inscrições: de 16 a 26 de abril, somente pelos telefones (11) 3324.0943 ou 0944, com Valdir ou Paulo (de segunda à sexta-feira, das 10h às 17h30)
Entrada Franca
Haverá entrega de declarações de comparecimento aos interessados
*BrasilMobilizado

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