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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, abril 16, 2012

Espanha anuncia medidas "contundentes"

Por expropriação da YPF, Espanha anuncia medidas "contundentes"



O governo espanhol condenou nesta segunda-feira a decisão "arbitrária" das autoridades argentinas de expropriar a YPF e anunciou que adotará medidas "claras e contundentes" em defesa dos interesses da Repsol e de todas as empresas espanholas no exterior.Esta posição do Executivo diante da tomada de controle da YPF por parte do governo argentino foi exposta em comparecimento diante dos jornalistas no Ministério das Relações Exteriores do titular deste departamento, José Manuel García Margallo; o da Indústria, José Manuel Soria, e o secretário de Estado de Comércio, Jaime García Legaz.Para o Executivo espanhol, segundo García Magallo, a medida das autoridades argentinas rompe o clima de cordialidade e amizade que presidiu as relações entre ambos os países.Por sua vez, Soria assinalou que se trata de uma decisão hostil contra a Repsol e, portanto, contra a Espanha e o governo espanhol.Apesar de entender que a Argentina quebrou as regras do diálogo, Soria confiou em que este "claríssimo gesto de hostilidade" não seja "o início de uma escalada que só contribuiria para agravar mais uma situação já por si só grave".Os ministros das Relações Exteriores e Indústria compareceram diante da imprensa após a reunião de urgência que mantiveram no Palácio da Moncloa com o presidente do Governo, Mariano Rajoy, para analisar a situação gerada pela decisão do Executivo argentino de expropriar YPF.
*Yahoo

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