Solução da droga encontrada por Raquera começa a ser sondada por outras cidades assoladas pela crise da Espanha
Foto: Getty Images
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A polêmica aprovação do aluguel de terrenos para o cultivo de maconha na cidade de Rasquera como antídoto à crise financeira gera repercussões e difunde a ideia pelo país. De acordo com representantes da Associação Barcelonesa Canábica de Autoconsumo (ABCDA), grupo que desfrutará do privilégio no município, a fama do caso já fez com que outros se interessassem por convênios semelhantes.
"Com a crise, estão todos endividados. Depois da notícia de Rasquera, outras cidades nos procuraram para que plantássemos maconha em parceria", explica Thais Santos, brasileira, sócia e colaboradora da ABCDA. O futuro cultivo aumentou a demanda pelo número de sócios, e cresce também a procura de pessoas que usam a erva com fins terapêuticos. "Foi incrível como cresceu o número de doentes que entraram em contato depois que a notícia sobre a possível plantação se espalhou", diz Vojislav Djordjevic, presidente da ABCDA.
O pequeno povoado da Catalunha tem cerca de 960 habitantes e uma dívida de 1,3 milhões de euros. A cidade já arrecadou 30 mil euros pelo contrato e receberá mais 50 mil ao mês para despesas com administração e segurança. Além disso, serão criados entre 40 e 50 novos postos de trabalho. "Muitos jovens saem daqui em busca de emprego e agora haverá mais oportunidades para que nossos filhos fiquem aqui com a família. Por isso, também os mais velhos estão contentes com a decisão", conta José María Insausti, colaborador da prefeitura.
"Vai ser aberta uma outra sede maior, porque esta já não comporta os membros agora. Depois de toda essa polêmica o telefone não para de tocar. Todo mundo quer ficar sócio também", fala um dos sócios que prefere não ser identificado.
Quem compõe e o que é a ABCDA
A ABCDA foi fundada há dois anos. Pagando uma taxa de 20 e 40 euros ao mês, os sócios têm direito a 27 gramas de cannabis por semana. Ela facilita o autoconsumo da droga, o que é considerado atividade legal na Espanha sempre que não haja lucro. O clube tem cerca de cinco mil membros. A maioria consome ludicamente, e 30% fumam a erva com fins terapêuticos. "São pessoas com doenças terminais como o câncer que mesmo não podendo fumar, bebem o chá da maconha", explica Thais Santos.
A ABCDA foi fundada há dois anos. Pagando uma taxa de 20 e 40 euros ao mês, os sócios têm direito a 27 gramas de cannabis por semana. Ela facilita o autoconsumo da droga, o que é considerado atividade legal na Espanha sempre que não haja lucro. O clube tem cerca de cinco mil membros. A maioria consome ludicamente, e 30% fumam a erva com fins terapêuticos. "São pessoas com doenças terminais como o câncer que mesmo não podendo fumar, bebem o chá da maconha", explica Thais Santos.
Para se tornar sócio, é preciso passar por uma entrevista e preencher um grande relatório antes que os membros organizadores aprovem a solicitação. "Aqui é tudo muito sério. No ano passado, declaramos quase meio milhão de euros e pagamos os impostos", afirma Djordjevic.
Percalços e dúvidas
Não foi fácil o caminho até o fim definitivo. Em 1º de março, depois de semanas de discussões entre políticos e conselheiros, a prefeitura de Rasquera aprovou a ideia como parte do plano para acabar com as dívidas da cidade. A ABCDA já havia repassado parte do dinheiro para o povoado, cujos habitantes, no entanto, exigiram um plebiscito, empurrando o início do cultivo ficou para o mês de julho.
Não foi fácil o caminho até o fim definitivo. Em 1º de março, depois de semanas de discussões entre políticos e conselheiros, a prefeitura de Rasquera aprovou a ideia como parte do plano para acabar com as dívidas da cidade. A ABCDA já havia repassado parte do dinheiro para o povoado, cujos habitantes, no entanto, exigiram um plebiscito, empurrando o início do cultivo ficou para o mês de julho.
Já no final de março, a pressão para que o clube desistisse do projeto veio de outro lado. A polícia apreendeu toda a maconha e o dinheiro arrecadado com o objetivo de demonstrar que os membros não consumiam a erva, mas a comercializavam. O caso continua sendo investigado, mas o dinheiro já foi devolvido. O cultivo no povoado começa em julho e o produto poderá ser consumido a partir de novembro deste ano até 2014, quando finalizam os dois anos de contrato.
*Terra
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