Gilmar, Demóstenes e Perillo: CPI já!
Nada mais pernicioso para o regime
democrático e a promoção do desenvolvimento do País que o controle do
aparelho de Estado pelo crime organizado.
A instrumentalização criminosa das
instituições impede que as legitimas demandas da sociedade encontrem
expressão em atos e políticas públicas enquanto o jogo de barganhas
inerentes `a prática do crime dissipa recursos públicos e afasta
indispensáveis investimentos internacionais.
A corrupção tem na ação de grupos que
operam negócios ilícitos desde dentro do Estado fonte permanente de
alimentação. Muito embora o agente público ou o político inescrupuloso
sirvam de esteio `a práticas lesivas ao interesse público, é a captura
das instituições estatais por organizações que atuam a margem da lei a
força insidiosa responsável pela drenagem do civismo e perda de
perspectiva ética dos que queiram opor-lhe resistência.
Por tratar-se de questão da maior
relevância para os resguardo das funções de Estado, a investigação dos
meios e recursos de que se valem organizações ilegais nas suas operações
no interior dos poderes da República deve possuir não apenas caráter
permanente, com base em operações policiais, senão que extraordinário
por intermédio de instrumentos horizontais de apuração dotados de
poderes outorgados pela Constituição Federal.
A comissão parlamentar de inquérito é a
arma de que dispõe a cidadania para dar enfrentamento `a sanha de grupos
criminosos de pretender colocar a seu serviço os poderes da República e
os mandatos conferidos pelo voto popular. E com frequência não apenas
estes, mas também a imprensa e instâncias inferiores de governo.
Este parece ser o caso das revelações que
cercam as ações do grupo de Carlinhos Cachoeira, trazidas a público em
recente operação da polícia federal. Há fortes indícios a sugerir que
estejam envolvidos na tentativa de usurpação dos direitos de cidadania
um senador, um ministro do Supremo Tribunal Federal, deputados da câmara
baixa e um governador.
*Brasilquevai
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