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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, abril 07, 2012

Jornalões e bancos privados fazem parceira para esfolar os brasileiros nos juros

 

 

Os bancos privados estão plantando notícias nos jornalões (que publicam, servilmente), na vã tentativa de frear a queda da taxa de juros, puxada pelos bancos públicos BB, CEF e BNB.

É fácil entender essa parceria, onde os dois lados se unem para arrancar dinheiro do bolso do povo brasileiro.

O jeito dos bancos arrancarem o dinheiro todo mundo entende: esfolando o cliente nos juros.

Para os bancos privados conseguirem continuar esfolando os clientes nos juros, a alma do negócio é a propaganda, e é aí que a velha imprensa ganha seu quinhão.

O jornalão "O Globo" publicou uma manchete enganosa para clientes dos bancos privados não migrarem para um banco público. Disse que "Bancos privados aceitam negociar redução de juros". Para quem lê a manchete parece que também reduzirão as taxas, logo ninguém precisaria se preocupar em mudar de banco. Ledo engano. No corpo da matéria diz (os grifos em vermelho são anotações nossas):
Segundo interlocutores ["interlocutores" são os bancos privados que plantaram a matéria no jornalão], os bancos privados avaliam que o spread (diferença entre o custo da captação e o valor cobrado do tomador final) somente cairá com a adoção de medidas de longo prazo, que melhorem as condições legais e tributárias e não apenas corte de juros “na canetada”. Eles acreditam ainda que, mesmo com os cortes significativos nas taxas cobradas pelos bancos públicos, não vão perder clientes, porque há uma resistência natural em trocar de banco.
Traduzindo: os lobistas dos bancos privados plantaram essa matéria aí, para empurrar com a barriga a queda da taxa de juros, pressionando o governo e já dizendo aos jornalões que gastarão fortunas em propaganda para manter clientes, e não perder lucros com juros mais altos.
Outro que entrou no lobby dos bancos privados foi o Estadão. Quer plantar a ideia de que as medidas de redução de juros poderiam ser temerárias. Mas acaba caindo em contradição com um argumento estúpido:
Nem bem a corrida pelo aumento do crédito e redução dos juros começou e os bancos públicos já estão em desvantagem (?????). Pelo menos quanto à classificação dos empréstimos concedidos aos clientes. Dados do Banco Central mostram que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal têm operações para pessoas físicas com classificação de risco pior que nos concorrentes privados.
...
Nas duas primeiras notas - "AA" e "A" - estão as melhores operações e que têm o menor risco de calote. A partir de "B", ficam os financiamentos com atraso de 15 dias no pagamento ou risco equivalente. No "H" estão os clientes que não pagam há mais de seis meses.
...
Os números do BC mostram que o crédito às famílias nos bancos particulares está concentrada na faixa com nota "A". Já nos estatais, a maior participação vem dos financiamentos com classificação "B" e "C".
Bancos públicos se defendem e argumentam que seguem o conceito previsto pelo BC que cita que operações entre "AA" e "C" recebem avaliação como "risco normal".
O aloprado que plantou isso aí em cima, se esquece de que se o risco é menor nos bancos privados, nada justifica cobrar juros mais altos. Acaba insuflando os próprios clientes destes bancos a reclamarem ou mudarem de banco.

Além disso, uma matéria honesta deveria olhar nos balanços, o que são créditos perdidos sobre o total emprestado. Isso é o que conta no resultado dos bancos. Se alguém atrasou uma prestação 15 dias e pagou, pode não ser nota "A", mas não é mau cliente, nem tem o perfil de quem não paga.

Se os bancos públicos bateram recorde de lucros, é porque a inadimplência está baixa, e não tem sofrido perdas significativas com empréstimos. 
E, todo mundo sabe que, com juros mais baixos, menor a inadimplência.

O fato é que não foi só a velha imprensa que sempre foi golpista, os bancos privados também, inclusive  patrocinando essa velha imprensa. Ambos espoliaram o Brasil e retardaram a nação brasileira a encontrar seu caminho da prosperidade.
Por isso que é preciso reiterar: mudar a conta para um banco público virou um ato de AÇÃO POLÍTICA, pela melhor distribuição de renda, de atitude pela prosperidade da nação, e até contra esse noticiário contrário os interesses do povo brasileiro, financiado por esses bancos.
*Osamigosdoprsidentelula

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