Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, abril 17, 2012

Marina Silva encontrou seu caminho: virou pastora da Assembleia de Deus no DF

Comentário pertinente do Dagmar Vulpi no Facebook: “Depois de descobrir que o PV não é partido político, finalmente Marina Silva encontra seu porto seguro e não foi em nenhuma sigla partidária não. Ela acaba de ser “ordenada” pastora da Assembleia de Deus.”
A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva foi consagrada pastora em uma reunião da Convenção das Assembleias de Deus no Distrito Federal (Ceaddif), liderada pelo pastor Sostenes Apolos.
A possibilidade de mulheres serem consagradas ao ministério pastoral nas igrejas Assembleia de Deus foi aberta após aprovação do tema durante Assembleia Geral Ordinária realizada em outubro de 2011 pela Convenção do Distrito Federal.
Na ocasião, a proposta foi votada por 1.500 correligionários e aprovada com 70% dos votos. Segundo informações do Gprime, no entendimento dos líderes assembleianos, a decisão da Ceaddif abre caminho para que a CGADB também aprove o ordenamento de mulheres ao ministério pastoral. Em 2001, a proposta foi recusada durante Assembleia Geral da Convenção Nacional.
O reconhecimento da ordenação da ex-candidata à presidência da República Marina Silva ao ministério pastoral em todas as Assembleias de Deus ainda depende de homologação da CGADB. Em 2010, Marina havia sido ordenada missionária.
*Blog Limpinho & Cheiroso

Nenhum comentário:

Postar um comentário