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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, abril 08, 2012

“O lado negro do chocolate: crianças escravizadas nas plantações de cacau” e mais 1 atualizações 


Link to Jornal A Verdade

Posted: 07 Apr 2012 11:49 AM PDT
Leia em nosso site: O lado negro do chocolate: crianças escravizadas nas plantações de cacau
Enquanto os maiores fabricantes de chocolates do mundo somam vultuosos lucros na celebração capitalista da páscoa, centenas de crianças são vendidas como escravas na Costa do Marfim para trabalhar em plantações de cacau.
Essas crianças, que em sua maioria nunca nem ao menos provaram um chocolate, são expostas a péssimas condições de trabalho devido à manipulação de facões, o carregamento de cargas pesadas e a exposição a pesticidas, os quais fazem sentir seus efeitos 20 ou 30 anos depois.
O jornalista dinamarquês Miki Mistrati denunciou essa situação de barbárie no premiado documentário O lado negro do chocolate, visitando desde os pontos de tráfico de crianças nas fronteiras da Costa do Marfim até as plantações nas quais as crianças são escravizadas.
Quando questionadas sobre os fatos, empresas beneficiadas com essa situação tais como Nestlé, Mars e Kargill, entre outras, se recusaram a dar qualquer declaração. Estas limitaram-se a emitir uma nota conjunta na qual declaravam, entre outras coisas, que nos últimos 9 anos investiram – todas juntas, vale ressaltar – 6 milhões de euros em programas de assistência.
Se isso parece alguma coisa, é importante notar, no entanto, que o lucro da Nestlé – sozinha – foi de 12 bilhões de euros no ano de 2009. A mesma Nestlé que detém 12% do mercado mundial.
Mário Lopes
  
*Averdade

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