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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, abril 07, 2012

Para Marta Suplicy, São Paulo merece mais que “a mediocridade dos últimos oito anos”


Prefeitura SP
A ex-prefeita Marta Suplicy critica atual prefeitura de São Paulo e lamenta que se tenha perdido a chance de melhorar a cidade em um contexto de crescimento econômico no plano nacional
A senadora Marta Suplicy (PT-SP) divulgou artigo com críticas à falta de boas ações da prefeitura de São Paulo sob as administrações de José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD).
Em texto publicado na Folha de S. Paulo neste sábado, a ex-prefeita lamenta que se tenha perdido a chance de melhorar a cidade em um contexto de crescimento econômico no plano nacional.
— São Paulo merece um governo que tenha capacidade de pensar coisas novas. Muito mais do que a mediocridade dos últimos oito anos!, diz a ex-prefeita, em um sinal de apoio à pré-candidatura do petista Fernando Haddad. Nas últimas semanas, veículos da mídia tradicional difundiam o que era considerada uma resistência de Marta a engajar-se na campanha do PT, atitude atribuída à mágoa por haver sido preterida pelo partido.
Agora, a senadora argumenta que São Paulo não tem, há tempos, um prefeito que queira de fato exercer o cargo, transformado em trampolim para diferentes aspirações eleitorais.
Ela aponta que a cidade perdeu, com isso, chances consideráveis de mudança. “Penso na implantação da banda larga gratuita tão bombardeada na última campanha como impossível e hoje realidade em outras cidades”, exemplifica, citando ainda o Bilhete Único e os Centros de Educação Unificada (CEUs) na periferia, projetos implementados em sua gestão (2001-2004) e que acabaram alterados.
— Antes não tinha recurso e agora tem!, diz a ex-prefeita, ironizando o slogan de Gilberto Kassab (“Antes não tinha, agora tem”). O texto lembra que o caixa da prefeitura ostenta R$ 20 bilhões a mais em relação a seu período de mandato.
*correioBrasil

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