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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, abril 10, 2012

Que tal você mesmo reestatizar o BANESPA? Ou o BEMGE, BANERJ, BANEB, MERIDIONAL?

 

Se você tem conta em um banco privado e transfere sua conta para um banco estatal, junto com muitos outros brasileiros, o efeito é o mesmo que reestatizar aqueles bancos estaduais que foram privatizados.

A carteira de clientes e negócios daqueles bancos estaduais que foi vendida para um banco privado, voltará para um banco estatal.

Você pode fazer essa revolução silenciosa agora, com as próprias mãos, "sem dar um único tiro". Basta trocar sua conta de banco, privado para público.

Apesar de todas privatarias terem sido ruinosas para a nação, a pior privataria tucana não foi a da Vale, nem do setor elétrico, nem das teles. A pior de todas foi a dos bancos estaduais que, se era para desmantelá-los, deveriam ser incorporados aos bancos públicos sólidos (CEF, BB, BNB, BASA).

Quando o governo tucano privatizou o BANESPA, o BEMGE, o MERIDIONAL, o BANERJ, o BANESTADO, o BANEB, o BANDEPE, etc. privatizou-se a própria moeda. Isso porque na economia moderna, é o conjunto dos bancos que "criam" o dinheiro.

Quando os depósitos, as poupanças e os créditos sob controle estatal foram para os bancos privados, eles ficaram com a faca e queijo na mão para fazer a maior parte da política monetária. O próprio Banco Central virou um leão sem dentes, comendo na mão do chamado mercado.

Além do país quebrado, esse foi um dos maiores fardos que Lula recebeu em 2003. Foi preciso reerguer o BB, a CEF e o BNB, para retomar o papel de protagonista que estes bancos públicos tiveram para reduzir a crise de 2008 a uma "marolinha". E foi preciso regulamentar a portabilidade de contas e financiamentos bancários para dar poder de escolha do correntista diante do poder dos bancos.

Agora a presidenta Dilma volta à carga com o próximo passo, e usa a CEF (cujo controle é 100% estatal) para fazer uma grande derrubada na taxa de juros. Com isso, o Banco do Brasil (que é estatal, mas tem outros acionistas minoritários), acompanha para não perder mercado. O cartel dos bancos privados procuram resistir, apostando no comodismo do cliente que resiste em levantar do sofá e mudar de banco.

A estratégia dos privados é empanturrar a TV, jornais e revistas com propagandas fantasiosas em massa para não mudarem de banco, e só baixar juros para o cliente que der um ultimato avisando que vai mudar de banco.

Além disso, anúncios em massa fazem a alegria dos barões da mídia que, interesseiros, direcionam os noticiários e escalam os "especialistas" para dar opiniões, do jeito que os bancos privados gostam, contra a queda dos juros, atacando os bancos públicos.

Quem tem dívidas bancárias já tem um bom motivo pessoal para mudar de banco. Afinal quem não gosta de trocar um financiamento por outro com prestação mais barata? Mas mesmo quem não tem dívidas, há a motivação política para reestatizar pelo menos uma parte do setor bancário.

Talvez estejamos entrando na maior reforma econômica dos últimos anos, capaz de fazer outra revolução silenciosa, como a que aconteceu no governo Lula com a distribuição de renda fazendo milhões de brasileiros entrarem na classe média e proporcionando um surpreendente crescimento do mercado interno.

Se o mercado bancário for mais estatal do que privado, impondo juros civilizados com lucros menos exorbitantes, o dinheiro, através do crédito, fica mais acessível a todos os brasileiros, produzindo outro ciclo virtuoso para continuar dinamizando a economia e gerar cada vez mais e melhores empregos.

Para algumas pessoas pode ser chato trocar de banco, mas se ficar acomodado, pior é continuar vivendo num país sob a ditadura dos bancos privados.

Com toda a conjuntura desfavorável (pois a composição dos poderes no Brasil são majoritariamente de forças capitalistas conservadoras), Lula fez e Dilma está fazendo a sua parte. Cabe a cada um de nós também fazermos a nossa e reestatizarmos os bancos estaduais, com a simples mudança de conta. Do contrário, não adianta ter passado 8 anos gritando "Fora Meirelles".
*osamigosdopresidentelula

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