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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, abril 08, 2012

Tributo a Bill Hicks

Bill Hicks (16 de Dezembro de 1961 - 26 de Fevereiro de 1994) foi um comediante stand-up americano, crítico social, humorista e músico. A sua crítica consistia em grande parte, das discussões gerais sobre sociedade, religião, política, filosofia e questões pessoais. Hicks "foi muitas vezes controverso e rico em comédia satírica. Tanto no stand-up como em entrevistas criticava ferozmente o consumismo, a superficialidade, a mediocridade e a banalidade dentro dos Media e da cultura popular, cosiderando-as ferramentas de opressão da classe dominante, com a intenção de "manter as pessoas estúpidas e apáticas".


Hicks morreu em 1994, com 32 anos. Dizem que a causa da morte foi um cancro fulminante no pâncreas.


Não houve cruxificação nem ressureição, mas acredito que os motivos que o levaram à morte, foram exactamente o tentar acordar para uma realidade diferente, ou para a Verdade, aqueles que o ouviam.


Ouçam e logo verão porque se tornou demasiado perigoso para o poder estabelecido, melhor dizendo, que se estava a estabelecer e está hoje consolidado.


"Bill comparar a democracia com um governo totalitário?"



Tool uma banda de Progressive Metal convidou Bill Hicks para a abertura dos seus concertos em 1992.
Os membros dos Tool afirmaram partilhar das mesmas convicções de Hicks. Na capa do seu album AEnima, três vezes platina, os Tool fazem referência a um sketch de Bill Hicks. Numa versão alternativa da obra de arte AEnima, mostra uma pintura de Bill Hicks, chamando-o de "Another Hero Dead" (Outro Herói Morto) mencionando Hicks. Ambos são encontrados no encarte e no registo.
[Edit] Controvérsia

Todos os vídeos AQUI 
*Guerrasilenciosa

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