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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, abril 10, 2012

Vazamento “da Petrobras” é o óleo da Chevron?

A Chevron desviou a perfuração do poço acidentado no campo do Frade para a "beira" do campo de Roncador e agora o vazamento é da Petrobras?
O jornal O Globo diz que a  “ANP informa vazamento da Petrobras a 500m do Campo do Frade”.
Vazamento da Petrobras?
A Chevron e – mais grave ainda – a ANP jamais informaram a distância da perfuração onde ocorreu o acidente do limite do campo do Frade, contíguo aCampo do Roncador, onde a Petrobras, sem registro de acidentes, há mais de dez anos.
Esta é uma das perguntas que o deputado Brizola Neto fez ao presidente da Chevron, em novembro passado e que, até agora, está sem resposta.
Sabe-se que o ponto onde ocorreu o acidente, pelos próprios diagramas exibidos pela Chevron (veja a foto mostrada pelo presidente da empresa) , estava a mais de três quilômetros do ponto onde se situava a plataforma da Transocean operada pela petroleira americana, e que esta plataforma estava a quatro quilômetros do limite entre os campos.
Tanto que a mancha do vazamento da Chevron foi avistada não pela tripulação de sua plataforma, mas pela de uma plataforma da Petrobras, localizada no campo de Roncador.
Mas ninguém quis saber e os órgãos oficiais jamais divulgaram, formalmente, estes dados.
O vazamento,ao que tudo indica, é do bolsão de petróleo que se formou na extensão de poço sem revestimento que a Chevron perfurava ali.
Ou, pior ainda, resultado de uma vedação tardia e inadequada, do poço acidentado.
Mas, infelizmente, o relatório da ANP sobre os erros da Chevron na perfuração, entregue à empresa americana, continua “sigiloso”, à espera que a petroleira apresente sua defesa.
É interessante essa inovação jurídica de ser sigiloso um documento público, sobre um assunto de interesse público.
A Petrobras, quando tem problemas, informa à opinião pública, sem subterfúgios, como ocorreu no derramamento de dez litros – o equivalente a um balde – de água poluída por óleo.
Já os milhares de barris de petróleo da Chevron podem ficar na obscuridade.
Dizer que se está esperando o “DNA” do petróleo, para saber de qual campo vazou é irrelevante.
O vazamento que aparece no apartamento 202, depois de um desastre no apartamento 302, é óbvio.
Vai para a conta da Petrobras, que é boa de apanhar, uma Geni da mídia.
*Tijolaço

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