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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, fevereiro 04, 2013

Jornalismo de classe

3marinhos
A fortuna dos filhos do Marinho 

Por Altamiro Borges 

Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto, herdeiros do império das Organizações Globo, não têm o que reclamar dos governos Lula e Dilma. 

Eles ganharam muita grana neste período e só fazem oposição raivosa por razões políticas, de classe. 

Após quase dez anos de ausência na lista dos bilionários da revista Forbes, a família Marinho voltou a ocupar posição de destaque no ranking mundial. 

Segundo a publicação, os filhos de Roberto Marinho acumulam fortunas individuais próximas de 5 bilhões de dólares. 

Quando da morte do patrono da família, em agosto de 2003, o império midiático atravessava uma situação financeira complicada, quase falimentar. 

A Rede Globo tinha apostado as suas fichas na falsa estabilidade do governo FHC e se endividou aos tubos, inclusive junto ao generoso BNDES. 

Com a retomada do crescimento econômico no governo Lula, a corporação voltou a prosperar. Ela lucrou com a forte expansão do mercado publicitário e com outros negócios milionários – como o crescimento da tevê por assinatura. 

Em agosto do ano passado, a edição brasileira da Forbes já havia apontado o vertiginoso enriquecimento dos herdeiros das Organizações Globo. 

Segundo a publicação, a família Marinho ocupava a sexta posição entre os 15 empresários mais ricos do país – já Roberto Civita, dono do Grupo Abril e chefão da asquerosa revista Veja, aparecia em 14ª lugar. 

Agora, os filhos de Roberto Marinho voltam a ocupar posição de destaque no ranking mundial, apesar da grave crise que abala a mídia tradicional no mundo inteiro. 

O enriquecimento dos filhos de Roberto Marinho até mereceria uma investigação. 

Afinal, nos últimos anos a audiência da emissora na tevê aberta tem sofrido constantes quedas. Mesmo assim, no ano passado ela teve um estranho faturamento de R$ 12 bilhões – cerca de 10% acima do ano anterior. 

Todas estas “vantagens” não fizeram com que os filhos de Roberto Marinho refluíssem na sua postura de principal partido da direita nativa. 

Para tranquilizá-los, o governo ainda doa fortunas ao grupo em publicidade oficial. Haja bondade! 

http://altamiroborges.blogspot.com.br/2013/02/a-fortuna-dos-filhos-do-marinho.html
*cutucandodeleve

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