A Classe Média e a Mídia
por Paulo Nogueira
A mídia defende abjetamente seus próprios interesses, e os de seus amigos, e não o interesse público.
As empresas jornalísticas não pagam os impostos devidos (o papel não é taxado, por exemplo), gozam de uma absurda reserva de mercado (estrangeiros só podem ter 30% das ações) e historicamente se alinharam às ações mais nocivas contra o povo brasileiro, como o golpe militar de 1964.
A íntegra do texto está aqui.
A mídia defende abjetamente seus próprios interesses, e os de seus amigos, e não o interesse público.
As empresas jornalísticas não pagam os impostos devidos (o papel não é taxado, por exemplo), gozam de uma absurda reserva de mercado (estrangeiros só podem ter 30% das ações) e historicamente se alinharam às ações mais nocivas contra o povo brasileiro, como o golpe militar de 1964.
A mídia brasileira precisa de um choque do capitalismo que prega mas que não pratica: tem que ser exposta à competição internacional e tem que criar vergonha na cara e parar de mamar no Estado, do qual sempre extraiu financiamentos a juros que são um assalto ao contribuinte.
Boa
parte da gestão inepta das empresas jornalísticas brasileiras reside
nisso – nas vantagens que elas recebem de sucessivas administrações.
Isso
acabou criando culturas corporativas em que você acha que é mais fácil
resolver problemas com um telefonema ao presidente ou ao ministro do que
com habilidade gerencial.
A
internet apareceu para libertar a sociedade do monopólio de opinião das
empresas de mídia, e isso é um fato que deve ser comemorado.
Você só tem acesso a Marilena Chauí na internet.
Em
compensação, pensadores como Vilas,Magnolis, Pondés et caterva estão em
toda parte, defendendo o mundo da iniquidade que foi sempre a marca do
Brasil.
Sobre a classe média, Marilena Chauí também está certa.
Historicamente, a classe média é, em geral, o que existe de mais reacionário numa sociedade.
Nas grandes transformações da humanidade, como na França de 1789, lá estava a classe média na defesa assustada da manutenção da ordem.
Na Alemanha de 1933, foi a classe média que pôs Hitler no poder.
Nos Estados Unidos destes dias, é a classe média — obesa, entupida de pipoca e coca cola gigante, sentada no sofá vendo blockbusters de Hollywood — que dá sustentação a guerras como a do Iraque e a do Afeganistão.
Uma
das razões do sucesso escandinavo como sociedade é que, lá, a classe
média foi educada, e aprendeu a importância do verbo repartir.
A classe média brasileira ainda está bem longe disso.
É racista, preconceituosa, homofóbica.
Detesta negro, detesta nordestino, detesta gays.
Detesta tanta coisa que, exatamente por isso, é detestável, como disse Marilena Chauí.
do Blog DoLaDoDeLá
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