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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, maio 07, 2013

Não vai ser notícia no "Jornal Nacional" nem capa da "Veja": ONU felicita governo cubano e Fidel Castro por terem erradicado a desnutrição no país


FAO elogia esforços de Cuba para reduzir a subnutrição

do Vermelho

O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o brasileiro José Graziano da Silva, reconheceu o esforço do governo de Cuba para garantir a segurança alimentar da população.

O elogio foi feito durante encontro com o presidente cubano, Raúl Castro. Segundo Graziano, Cuba vive hoje a mesma situação dos países desenvolvidos, com um índice de subnutrição de menos de 5%.

"Cuba é um dos 16 países do mundo que alcançaram a meta da Cúpula Mundial da Alimentação, de reduzir pela metade o número absoluto de pessoas com fome. Esse esforço tem sido possível graças à prioridade dada pelo governo ao tema”, disse Graziano. Os detalhes da visita a Cuba estão na página da FAO.

Em 16 de junho, Cuba e todos os países que atingiram a meta estabelecida para a redução da fome receberão um diploma de reconhecimento da FAO, em Roma. Os países que alcançaram as metas foram a Armênia, o Azerbaijão, Chile, Cuba, Fiji, a Georgia, Gana, a Guiana, Nicarágua, o Peru, Samoa, São Tomé e Príncipe, a Tailândia, o Uruguai, a Venezuela e o Vietnã.

A conferência da FAO também deverá aprovar uma mudança importante na meta global da organização: reduzir e acabar com a fome, a insegurança alimentar e a desnutrição. Segundo Graziano, o ex-presidente de Cuba Fidel Castro foi um dos primeiros a defender essa meta. “Não pode haver um verdadeiro desenvolvimento enquanto existem 49 milhões de pessoas que sofrem de fome na América Latina e no Caribe”, ressaltou.


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