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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, agosto 11, 2013


Conforme afirmamos nesta  nota , a  fonte da reportagem malfeita da revista Época, João Augusto Rezende Henriques, iria desmentir  declarações que foram atribuídas à ele,ficou evidente que, da maneira em que foi publicada, se fosse verdade, seria uma confissão de crimes gravíssimos praticados pelo próprio lobista.

Dito e feito. Na tarde de sábado (10), João Augusto distribuíu nota negando participação na reportagem. Eis a nota:
"Informo que não concedi entrevista à revista Época. O contato que mantive com o repórter da publicação tratava-se meramente de uma conversa informal, cujo convite partiu dele, na qual o repórter apresentou as situações descritas na reportagem. O que não significa que houve concordância com a versão do repórter.
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Quanto aos fatos mencionados pelo jornalista, não exerço, e nunca exerci, qualquer interferência nos contratos da área internacional da Petrobras. Não recebi e nunca repassei qualquer recurso para pessoas nem tampouco partidos, sejam eles PT ou PMDB.
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De fato, havia sido sondado pelo já falecido deputado Fernando Diniz para assumir um cargo na Petrobras, mas declinei do convite.
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Conheci, e conheço várias pessoas da Petrobras porque lá trabalhei durante 23 anos, tendo sido, inclusive, diretor da BR Distribuidora. Não fui responsável por demissões ou indicações para cargos na estrutura da Petrobras.
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No mais, o que expôs a publicação são ilações. João Augusto Henriques"
Diego Escosteguy, jornalista que assina a matéria, resolveu então publicar a gravação, querendo provar que não estava mentido. Foi um vexame. Só publicou alguns treichos  deixando  dúbios quando as conversas são cortadas, sem mostrar todo o contexto em que foi dita. Inclusive seria importante publicar na íntegra para entender a motivação que João Augusto teria para se autoincriminar se é que fez isso de fato. Ele achou que estava falando em "off"? E estaria usando esse "off" para detonar adversários de Aécio Neves, sem compromisso com a verdade? Diego Escosteguy esconde as informações do leitor, que são importantes, quando se trata de um denúncia sem documentos, apoiada apenas em palavras de quem o próprio Escosteguy deprecia ao tratá-lo como lobista.

Que falta faz a Mídia Ninja, que transmite ao vivo e ainda deixa tudo gravado na íntegra para qualquer internauta que queira ver. Mas esperar o quê do jornalismo da Globo? Se não manipulasse informações ao gosto dos demotucanos não seria a Globo. Que vexame.

Aliás, bateu desespero na Globo. Será só com o propinão tucano ou será também com o escândalo da sonegação da emissora? A TV deu outro vexame. Repercutiu a matéria malfeita da revista no Jornal Nacional, mesmo após ser contestada pela própria fonte. Isso sem conseguir nenhum documento, nem entrevista com João Augusto (pelo contrário, teve a negação em nota). Jornalismo decente acabaria de apurar antes sair espalhando coisas que carecem de consistência. Mas isso é a Globo. Nas eleições de 2010, o Jornal Nacional embarcou na campanha de José Serra e colocou no ar o ex-presidiário Rubney Quicoli para fazer denúncias mirabolantes contra Dilma, sem apresentar qualquer documento, testemunha ou prova.
*AmoralNato

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