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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, março 02, 2014

Demóstenes e Cachoeira; Troca de favores e enriquecimento ilícito




Tramita na 2ª Vara da Justiça Federal em Goiás, em caráter sigiloso, ação de improbidade administrativa contra o procurador de Justiça e ex-senador da República Demóstenes Lázaro Xavier Torres e o bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) aponta que, na época, Demóstenes se aproveitou do mandato de senador da República, para obter enriquecimento ilícito, por meio de uma série de vantagens patrimoniais recebidas numa troca de favores com Cachoeira. A ação questiona, entre outros pontos, as cotas de Demóstenes na sociedade de ensino Nova Educação Ltda., que teriam sido declaradas no valor de R$ 200 mil.

Enriquecimento ilícito.

 Na ação contra Demóstenes, os procuradores da República Mário Lúcio Avelar e Marcelo Ribeiro de Oliveira pedem a indisponibilidade das cotas do ex-senador na instituição de ensino, cujo valor, segundo a ação, é bem maior que o informado por ele.

Apartamento - O MPF pede que a indisponibilidade de bens também seja aplicada a um apartamento de Demóstenes no Setor Oeste, que, conforme a declaração de imposto de renda, foi comprado por R$ 1 milhão, subestimando o real valor do patrimônio. A ação está sob análise do juiz Jesus Crisóstomo de Almeida.
*Helena Sthephanowitz

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