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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, agosto 06, 2014

Favela do Moinho Nossa Faixa de Gaza

Parabéns Moinho!
Hoje, dia 04/08/2014 completa um ano da queda do muro da vergonha, que foi construido para dividir a favela. Ah! não deu certo!
Nos uniu, nos fortaleceu. Foi assim que eu senti um forte guerreiro há um ano atrás: Suas mãos segurando a marreta, seu coração batendo a cada marretada, tummm, tummmm, tummmmm.
Em seus olhos algo queria sair, um sentimento, uma dor, cansaço ou apenas alegria.
Cada pedacinho que caia do muro era uma vitória, uma conquista. Consegui sentir. Fui dividido ao meio. Isso acaba hoje, 04/08/2013….
Sou preto, sou pobre, sou favelado. Precisando apenas de uma ferramenta, seja para construir, seja para destruir. Eu posso, eu faço, eu fiz e sempre farei, e se for um sonho não me acorde nunca mais.
Moinho resiste enquanto houver vida há esperança
Favela do Moinho Nossa Faixa de Gaza
Todo poder ao povo!
Se tu lutas tu conquista!
*FláviaLeitão

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