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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, agosto 01, 2010

Lula : "Quero ensinar a um ex-presidente da República a ser ex-presidente da República e não dar palpite a quem está no poder"






Lula diz que vai ensinar FHC a ser "ex-presidente"



Em comício na Boca Maldita, em Curitiba, onde pediu votos para a candidata à presidência da República, Dilma Rousseff, o presidente Lula atacou, sem nominar, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Lula se referiu aos que indagavam a ele sobre o que faria quando deixasse o governo: "Quero ensinar a um ex-presidente da República a ser ex-presidente da República e não dar palpite a quem está no poder", afirmou.

Prosseguindo, Lula garantiu que Dilma vai escolher sozinha o ministério, caso seja eleita. "As pessoas são da escolha dela. Por ser mulher, ela vai ter que pôr mais mulher no governo".

No Estado em que Dilma perde nas intenções de votos para José Serra (PSDB), Lula abordou a importância da presença da mulher na política. "Se eu sou casado com uma galega (Marisa) há 36 anos e ela é capaz de governar o presidente do Brasil, por que ela não pode presidir o Brasil?", disse.

Apesar de ter dito que não daria palpite a Dilma, ele não resistiu e deu o primeiro a respeito da questão nuclear no Irã e também sobre os direitos da mulher. "Quando ela for eleita, vai telefonar para o companheiro (Mahmoud) Ahmadinejad (presidente do Irã) e dizer: 'meu companheiro Lula pediu que você não fizesse isso'", afirmou o presidente.

Na coletiva, Dilma esclareceu que, de modo simbólico, o presidente se referia à intervenção de uma presidente mulher em defesa das mulheres que são apedrejadas no Irã, citando a iraniana Sakine Mohammadi Ashtiani, condenada ao apedrejamento por adultério. O Brasil cogita conceder asilo.
dosamigosdapresidentadilma

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