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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, outubro 31, 2011

do Deficiente Ciente

Triciclo Hoss Boss Advantage
O motor V8 ronca alto. A pintura vermelha brilha forte na luz do sol. Quilômetros de asfalto são engolidos com o deslizar suave do enorme triciclo. Pelo capacete, vê-se árvores, lagos, pastos e paisagens variadas. Enquanto o vento é cortado velozmente, um sorriso quase sem caber atrás da viseira, resume aquele momento único de liberdade. Ao fazer uma pequena parada para tirar fotos, nota-se que existe algo diferente. A parte traseira do veículo abre-se e uma rampa automaticamente é abaixada. O piloto desce sua cadeira de rodas e sai em busca dos melhores ângulos para registrar aquela viagem. Este é o Hoss Boss Advantage, um triciclo desenvolvido exclusivamente para portadores de deficiências físicas nas pernas.
Um triciclo que permite voar sem sair do chão
Burocracia: o grande desafio para comprar um carro com isenção de impostos
Os comandos do triciclo são totalmente manuais e de fácil operação. A carroceria de fibra de vidro foi adaptada de um outro modelo de sucesso da empresa, o BHC-9 ZZ4. O acesso é feito através de uma rampa elevadiça comandada pelo próprio piloto, que absolutamente não precisa deixar a sua cadeira de rodas. O Hoss Boss Advantage não é o primeiro triciclo para cadeirantes, mas é mais uma opção para tantas pessoas que se limitadas fisicamente, tem habilidades de sobra para curitr um bem que deveria ser de todos: a liberdade. Fonte: Obvius
Triciclo Hoss Boss Advantage
Triciclo Hoss Boss Advantage

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