Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, outubro 27, 2011


Fidel diz que condenação da ONU ao embargo a Cuba mostra a 'debilidade moral' dos EUA
27 de outubro de 2011  11h59

comentários
 
LA HABANA, 27 Out 2011 (AFP) -O líder cubano Fidel Castro afirmou nesta quinta-feira que a condenação pela vigésima vez na ONU ao embargo dos Estados Unidos contra Cuba demonstra a "debilidade política e moral" de Washington.
"Desta vez, inúmeras alegações elementais e justos evidencia, como nunca antes, a debilidade política e moral do império mais poderoso que já existiu", assinala Fidel, na terceira parte de um artigo sobre "O papel genocida da Otan", publicado na imprensa local.

"Os Estados Unidos tiranizam e saqueiam o mundo globalizado com seu poderio político, econômico, tecnológico e militar", afirmou, enfatizando que "essa verdade se faz cada vez mais óbvia depois dos debates honestos e corajosos que tiveram lugar nos últimos 20 anos na ONU".
A Assembleia Geral da ONU exigiu na terça-feira, pelo vigésimo ano, o fim do embargo americano imposto a Cuba há meio século, em uma resolução adotada por uma maioria de 186 países.
A resolução foi adotada por 186 votos a favor, apenas dois contra (Estados Unidos e Israel) e três abstenções.
"O dano econômico direto contra o povo cubano supera os 975 bilhões de dólares", disse o chanceler Bruno Rodríguez ao defender a resolução que condena o embargo e exige seu fim diante da Assembleia Geral reunida em Nova York.
*terra

Nenhum comentário:

Postar um comentário