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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, janeiro 19, 2014

 Solidariedade a Genoino derrota o PIG



Em mensagem divulgada na noite deste sábado (18), a família de José Genoino, ex-deputado e ex-presidente nacional do PT condenado pelo STF no midiático julgamento do chamado mensalão, informa “a todos que estão acompanhando a nossa luta coletiva para o pagamento da multa imposta injustamente: conseguimos o valor necessário! Essa é uma vitória não nossa, mas de todos aqueles que não querem se calar diante das injustiças, de todos os que sabem que a história de José Genoino sempre esteve relacionada apenas à luta por causas, sonhos e projetos coletivos... Em nome da luta de José Genoino, o nosso muito obrigado pela compreensão. Continuamos a luta pela justiça e verdade".

O expressivo êxito da campanha de solidariedade representa uma derrota da mídia direitista e do seu dispositivo partidário. Em apenas oito dias, ela conseguiu arrecadar os R$ 667 mil necessários para o pagamento da multa imposta pelo juiz da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, indicado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal para executar as penas dos réus do “mensalão”. O prazo determinado para pagar a multa expiraria nesta segunda-feira, 20 de janeiro, e a família de José Genoino corria o risco de ter seus bens confiscados. Ela chegou a cogitar a venda do único imóvel que possui, uma casa simples no bairro do Butantã, na zona oeste da capital paulista. Isto, porém, não será mais necessário.

Conforme aponta o texto de abertura no site de apoio a José Genoino, o ex-deputado foi “condenado sem provas por um tribunal que se dobrou a um linchamento midiático”. Após a injusta condenação, ele seguiu “sendo alvo agora de uma perseguição rancorosa e odiosa. Apesar de seus gravíssimos problemas de saúde, ele continua a sofrer ameaças e constrangimentos intoleráveis da parte de algumas autoridades”. Nos últimos dias, a mídia venal — que transformou em pó um helicóptero carregado de cocaína e que trata como “indício” o trensalão em São Paulo, entre outras omissões para blindar os tucanos — fez alarde até com a casa alugada por familiares para abrigar José Genoino em Brasília.

Mas todo este “linchamento midiático” não conseguiu inibir o espírito de solidariedade. José Genoino venceu esta batalha parcial num guerra que promete ser prolongada. Seus algozes foram derrotados!


* * *

Genoino: Barbosa, muito obrigado!

Companheiros,

Estou orgulhoso de nós.

Podemos escolher escrever a História ou sermos passivos. Melhor ainda participar ativamente da História defendendo nobres causas. Há ainda os que escolhem apenas atirar pedras. Até aí, nenhuma novidade. A história nos revela que nunca e nada foi fácil aos que batalham por liberdade, justiça, dignidade e honra. Também nos revela que nunca desistimos. E nunca desistiremos.

Prisões, perseguições, cassações de direitos e liberdades democráticas não são novidades a quem luta por liberdade e honra. Qual dos grandes não foi perseguido e preso lutando por liberdade e honra?

Hipócritas costumam enaltecer histórias passadas e atacam com desprezo a história que hoje se escreve.

Sim, são os mesmos que esquartejaram o ativista político Joaquim José da Silva Xavier.

Na manhã de sábado, 21 de abril de 1792, o obrigaram a percorrer em procissão as ruas do centro da cidade do Rio de Janeiro, no trajeto entre a cadeia pública até aonde fora armado o patíbulo. Trataram de transformar aquela aberração em uma demonstração de força, fazendo verdadeira encenação. A leitura da sentença estendeu-se por dezoito horas, após a qual houve discursos de aclamação ao rei, e cortejo munido de verdadeira fanfarra.

Todo esse espetáculo acabou por despertar a ira da população que presenciou o evento, quando a intenção era, ao contrário, intimidá-la para que não houvesse outras revoltas.

A nossa luta se repete e nos engrandece nos dando a certeza de estarmos do lado certo da história.

Expresso aqui meus sinceros agradecimentos, satisfação e orgulho, aos companheiros que me surpreenderam dizendo-se inspirados na postagem do meu comprovante de depósito e então decidiram participar. Não foi minha intenção, mas foi uma agradável surpresa.

Agradeço até ao outro Joaquim. O Barbosa. Por ter me proporcionado o prazer de ter participado dessa campanha pró José Genoino para saldar a exorbitante multa a ele injustamente imposta.

Este recibo será devidamente emplacado e mantido em minha casa como um troféu. Sem deixar de constar o lema que criei para cada causa que decido batalhar:

Que eu seja o mais reles dos soldados mas, quero ter meu nome gravado na lista dos que lutaram.

Somos fortes.

AVANTE!!!

Gerson Carneiro
*comtextolivre

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