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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, janeiro 16, 2014

    FIQUE SABENDO: Campanha para Genoino já arrecadou R$295 mil, 44% da multa




por Conceição Lemes

A campanha para levantar fundos para José Genoino pagar a multa da Ação Penal 470 é um sucesso.

O site para doações, lançado há cinco dias por amigos e familiares do ex-presidente do PT, já arrecadouR$ 295.257,91, ou seja, 44% da multa de R$ 667,5 mil.

Por decisão da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, o ex-deputado tem até dia 20 de janeiro para pagar a multa.

O doador pode contribuir com qualquer quantia. Deve enviar e-mail com nome, RG, CPF e cópia do comprovante de depósito.

Para colaborar, clique aqui.

PS do Viomundo: Uma correção. Havíamos escrito que se Genoino não pagar a multa, ”a União poderá cobrar a dívida judicialmente, inclusive confiscando o sobrado da família, no bairro do Butantã, em São Paulo”. Luís Carlos, nos comentários, questionou: “Sendo o único imóvel dele e que é usado para moradia realmente, poderia ser tirado da família para pagar essa multa?” Estava certo.

Hoje ouvimos o advogado Patrick Mariano e a resposta é não, como FrancoAtirador, também nos comentários, observou. Aproveitamos e fizemos outras perguntas ao doutor Mariano sobre o assunto. Postaremos logo mais em nova reportagem. Conceição Lemes

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Resposta da assessoria de José Dirceu à matéria publicada pela Folha de S. Paulo (12/01)

Sobre o texto Presos do mensalão ficam isolados na cadeia (“Poder”, ontem), reitero que José Dirceu não desfruta de privilégios no presídio da Papuda. A tentativa de apontar regalias inexistentes tem o objetivo de encobrir a arbitrariedade da prisão, decretada sem a carta de sentença em 15 de Novembro, e a permanência de Dirceu em regime fechado.

É direito do ex-ministro cumprir a pena em regime semiaberto, com atividade profissional externa. A permanência de Dirceu em condições de regime fechado é mais grave por se tratar de uma ação penal ainda em curso, mais um dos erros e violações que marcam a Ação Penal 470.

Ednilson Machado, assessor de imprensa de José Dirceu

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