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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, janeiro 15, 2014

Em São Paulo, o crime organizado se desenvolve a partir das prisões (PCC) e da polícia (grupos de extermínio), alimentado pela violência e corrupção institucionalizadas.

Em São Paulo, o crime organizado se desenvolve a partir das prisões (PCC) e da polícia (grupos de extermínio), alimentado pela violência e corrupção institucionalizadas.

Na madrugada de ontem, um grupo de extermínio executou sumariamente 12 jovens na periferia de Campinas. O massacre parece ter sido retaliação pela morte de um PM, durante um assalto algumas horas antes. Dentro de uma lógica nazifascista, a vida de um PM foi "cobrada" de 12 moradores, que provavelmente nada tiveram a ver com o latrocínio. O episódio lembra o Massacre da Maré, no Rio de Janeiro, ocorrido por volta de julho de 2013.

"Em um período de quatro horas - entre as 23h deste domingo e as 2h da manhã deste domingo - 12 pessoas foram assassinadas em Campinas, interior do Estado de São Paulo. Todos os crimes ocorreram na região do Jardim Ouro Verde, zona Oeste da cidade e tiveram como alvo pessoas com o mesmo perfil: homens, pobres da periferia, que foram executados com tiros frontais, disparados contra a cabeça e o tórax e que não tiveram chance de defesa."
http://brasil.elpais.com/brasil/2014/01/13/politica/1389638624_617138.html

"Em cada batalhão da Polícia Militar, há um grupo de extermínio", denunciam policiais que não quiseram se identificar: http://flitparalisante.files.wordpress.com/2012/09/10_13_tatiana_merlino_violencia_ed_186.pdf

"O mapa do extermínio em São Paulo": www.ovp-sp.org/doc_dossie_mapas_exterminio.pdf

"Força Letal: segurança pública e violência policial em Rio de Janeiro e São Paulo": www.hrw.org/sites/default/files/reports/brazil1209ptweb.pdf

Entrevista de Camila Dias sobre o PCC: http://www.observatoriodeseguranca.org/entrevistas/ccnd
/Vissarionovitch


Em São Paulo, o crime organizado se desenvolve a partir das prisões (PCC) e da polícia (grupos de extermínio), alimentado pela violência e corrupção institucionalizadas.

Na madrugada de ontem, um grupo de extermínio executou sumariamente 12 jovens na periferia de Campinas. O massacre parece ter sido retaliação pela morte de um PM, durante um assalto algumas horas antes. Dentro de uma lógica nazifascista, a vida de um PM foi "cobrada" de 12 moradores, que provavelmente nada tiveram a ver com o latrocínio. O episódio lembra o Massacre da Maré, no Rio de Janeiro, ocorrido por volta de julho de 2013.

"Em um período de quatro horas - entre as 23h deste domingo e as 2h da manhã deste domingo - 12 pessoas foram assassinadas em Campinas, interior do Estado de São Paulo. Todos os crimes ocorreram na região do Jardim Ouro Verde, zona Oeste da cidade e tiveram como alvo pessoas com o mesmo perfil: homens, pobres da periferia, que foram executados com tiros frontais, disparados contra a cabeça e o tórax e que não tiveram chance de defesa."
http://brasil.elpais.com/brasil/2014/01/13/politica/1389638624_617138.html

"Em cada batalhão da Polícia Militar, há um grupo de extermínio", denunciam policiais que não quiseram se identificar: http://flitparalisante.files.wordpress.com/2012/09/10_13_tatiana_merlino_violencia_ed_186.pdf

"O mapa do extermínio em São Paulo": www.ovp-sp.org/doc_dossie_mapas_exterminio.pdf

"Força Letal: segurança pública e violência policial em Rio de Janeiro e São Paulo": www.hrw.org/sites/default/files/reports/brazil1209ptweb.pdf

Entrevista de Camila Dias sobre o PCC: http://www.observatoriodeseguranca.org/entrevistas/ccnd
/Vissarionovitch

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