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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, fevereiro 16, 2014

Colômbia: candidatos da esquerda são ameaçados de morte
Grupos paramilitares enviaram ameaças de morte aos candidatos do bloco oposicionista e exigem que abandonem as eleição que acontece no dia 9 de março
Por Redação
Iván Cepeda é um dos políticos ameaçado de morte por grupos paramilitares da Colômbia
De acordo com a Anistia Internacional, no dia 4 de fevereiro, o Águias Negras Bloco Capital (grupo paramilitar) enviou uma ameaça de morte por e-mail ao Coletivo de Advogados José Alvear Restrepo (CCAJAR) e Iván Cepeda, membro do Congresso colombiano e do Movimento Nacional de Vítimas de Crimes de Estado. Cepeda é candidato às eleições legislativas pelo bloco esquerdista Polo Democrático Alternativo, que acontecem no dia 9 de março.
Outros candidatos do campo da esquerda também estão ameaçados de morte, como é o caso de Aída Abella, do União Patriótica (UP). Segundo informações, nos últimos dias grupos paramilitares enviaram inúmeras ameaças para candidatos do bloco oposicionista e a exigência é uma só: que abandonem as eleições.
Quando as ameaças foram divulgadas pelos políticos, a imprensa colombiana noticiou que a inteligência militar teria realizado vigilância e escutas ilegais contra uma série de alvos, entre eles, as equipes de negociação da paz em Cuba, ONGs e lideranças políticas da oposição.

Quem também recebeu ameaças de morte foi o prefeito de Bogotá, Gustavo Petro, afastado do cargo por conta de uma ação do Procurador Geral, ação esta que está sendo contestada na justiça. Para entender melhor a história de Petro e do complexo cenário político colombiano, confira aqui reportagem da Revista Fórum Digital que relata toda a história do afastamento de Petro da prefeitura de Bogotá.
*revistaforum

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