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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, novembro 13, 2014


10734267_823429327695400_3019202149071502773_nMovimentos sociais convocaram um ato unitário com concentração para esta quinta-feira, 17 horas, no Masp, avenida paulista. Entre os movimentos que convocaram o ato, está o Movimento dos Trabalhadores Sem-teto, MTST, que pretende cobrar do governo federal a aplicação de medidas de interesse popular por parte dos governos estadual e federal.
Logo após a divulgação dos resultados da eleição, a extrema direita paulista procurou se organizar e, liderada por deputados como Bolsonaro filho e Coronel Telhada, passou a ocupar as ruas alimentando intenções golpistas e falando, inclusive, em intervenção militar no Brasil. Mesmo que essas intenções possam parecer lunáticas, o papel do movimento popular de se manter alerta e nas ruas para exigir direitos premente.
A manifestação defenderá  a punição aos torturadores da Ditadura e dos dias atuais; as reformas urbana e agrária; imposto sobre as grandes fortunas; a democratização das comunicações; e a mudança no sistema político nacional.
Combater o ajuste econômico
Não apenas em São Paulo, mas em todo o Brasil é necessário que os movimentos sociais ocupem as ruas exigindo que o governo federal cumpra o mandato de esquerda para o qual foi eleito. Mídia, banqueiros, grandes capitalistas e políticos corruptos manejam para fazer com que o governo do PT implante o programa de seus adversários de direita, neoliberal e de ajuste econômico contra os trabalhadores.
Vários acontecimentos políticos recentes dão sinais de que o governo Dilma se renderá a tese do ajuste e fará um novo arrocho econômico. São eles: a subida de juros, três dias após as eleições; aumento linear da gasolina; promessas, por parte do ministro Mantega, de corte nas pensões e no seguro-desemprego; possibilidade de indicação de um banqueiro para o ministério da fazenda.
Até agora, o governo não deu nenhum sinal de que atenderá as pautas da esquerda, bravamente defendida por vários militantes nas ruas durante o segundo turno das eleições.
Contra o lobby político e financeiro que os capitalistas realizam nos bastidores, a resposta não pode ser outra senão a rua, a mobilização e a,luta de massas para exigir nossos direitos.
*Averdade

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