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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, novembro 14, 2014

GOVERNADOR PAULISTA CAI NA REAL E DESAUTORIZA O ÓDIO E O PESSIMISMO ANTIPATRIÓTICO E IRRESPONSÁVEL PREGADO PELO DERROTADO AÉCIO


Geraldo Alckmin: "Pessimismo é exagerado. Saímos do 'Brasil mania' para o Brasil fobia'", disse.

Em Nova York, Alckmin critica pessimismo exagerado no Brasil


Altamiro Junior, do Estadão Conteúdo

Nova York - O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, criticou o pessimismo exagerado atualmente no Brasil e afirmou em uma apresentação para investidores em Nova York que a presidente Dilma Rousseff precisa aproveitar para fazer reformas logo no início de seu segundo mandato.
"Pessimismo é exagerado. Saímos do 'Brasil mania' para o Brasil fobia'", disse o governador.

"Há muita ansiedade, na política, na imprensa e na economia. Então às vezes nós vamos para os extremos", disse o governador. "O Brasil de alguns anos atrás era a 'bola da vez'. Não era bem assim. Havia um conjunto de desafios que não estavam vencidos", completou.
O vingativo perdedor deseja fazer oposição modelo terra arrasada. Dane-se os interesses do Brasil
"Agora é o contrário. Vai tudo mal, um pessimismo total. Também não é verdade. Temos sim, alguns desafios, que precisam ser enfrentados já agora no começo do ano que vem", Alckmin afirmou em sua apresentação durante um almoço na Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.
Entre as reformas, o governador de São Paulo destacou como prioridade a reforma política. "Temos hoje no Brasil, 32 partidos que disputaram a eleição. A fragmentação partidária enfraquece os partidos, exacerba o personalismo, dificulta a governabilidade."
A fala do governador tucano destoa do tom quem vem sendo adotado pelo PSDB após a apertada vitória, com cerca de 3,5 milhões de votos de diferença, da presidente Dilma Rousseff sobre o tucano Aécio Neves.
O senador mineiro e outros correligionários, inclusive o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, fazem várias críticas à situação econômica do País e à gestão da presidente na área, a quem acusam de "estelionato eleitoral" por ter adotado medidas como o aumento da taxa de juros.
Reformas
Alckmin citou ainda a necessidade de reforma fiscal e tributária.
"Quanto mais rápido enfrentarmos a questão fiscal, mais rapidamente se retoma o bom caminho do desenvolvimento em um país que é vocacionado para crescer", ressaltou, citando que o Brasil foi o país do mundo que mais cresceu na década de 30 até a década de 80, com agricultura competitiva, indústria diversificada e setor de serviços avançado.
"O Brasil ficou caro antes de ficar rico", brincou o governador, falando dos preços altos praticados no país.
"Fazer reformas em um Congresso com 28 partidos é uma tarefa hercúlea", disse o governador de São Paulo.
"No presidencialismo tem muita canelada, você sai muito machucado, muito embate pessoal. Mas tem um lado bom: uma força política impressionante no primeiro ano, tem que aproveitar para fazer todas as reformas agora. E essa pulverização, essa fragmentação, também tira a legitimidade dos eleitos. As pessoas nem sempre se sentem tão bem representadas, diminui também a legitimidade."
"O Brasil tem democracia sólida, só precisa resolver essa questão da fragmentação. Acho que temos uma razoável segurança política, que em São Paulo é total", falou o governador ao ser questionado por um dos ouvintes sobre a segurança para se fazer investimentos no Brasil.
Água
Alckmin falou na apresentação sobre o problema da seca em São Paulo, destacando que a falta de água é uma questão "bastante conjuntural".
"Conseguimos atravessar o período seco. Já estamos chegando no período das águas, garantido o abastecimento", afirmou ele. "Tivemos grande seca na Califórnia, grande seca na Austrália e grande seca em São Paulo e Minas Gerais, a maior seca dos últimos 84 anos."
Sobre o transporte, Alckmin disse que no próximo sábado inaugura a estação do metrô Fradique Coutinho, em Pinheiros, na capital, e em 30 meses o trecho norte do Rodoanel.

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